Certezas e incertezas na disputa final
Para o sociólogo Emir Sader, uma das certezas da campanha presidencial é que "Fernando Haddad é o melhor candidato, representa Lula, o projeto que deu certo no Brasil, mostra competência, capacidade de persuasão e recebe o caudal de votos lulistas por todo o País"; "O tema da rejeição é decisivo. Essa recuperação do Haddad no segundo turno tem a ver com a menor rejeição dele – em torno de 5 pontos. Vai ser uma campanha gigantesca de forjar e aumentar a rejeição do outro", afirma; "O Bolsonazi não vai poder escapar dos debates e terá que ser confrontado com suas brutais declarações e a política econômica do governo que ele assume"
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Chegamos à reta final da campanha com certezas e incertezas.
Certezas:
1) Haddad é o melhor candidato, representa Lula, o projeto que deu certo no Brasil, mostra competência, capacidade de persuasão e recebe o caudal de votos lulistas por todo o País.
2) Bolsonazi representa a direita brasileira, nos seus segmentos políticos, sociais, econômicos, midiáticos, religiosos, judiciais.
3) Os outros candidatos agora desaparecem de cena, mostram apoio aberto ou implícito a algum deles. A grande maioria dos votos do Ciro e do Boulos para o Haddad. Os votos do Alckmin, da Marina, do Meirelles, se dividem. Os do Álvaro Dias e do Daciolo vão para o Bolzonazi.
4) Os dois chegam empatados no segundo turno, com vantagem do Bolsonazi no primeiro turno. A vantagem que tenha este no final do primeiro turno e' importante. Mas as pesquisas mostram que a capacidade de transferência de votos é bem maior para o Haddad: entre 11 e 13 pontos no Ibope e no DF, dai que, perdendo no primeiro, consegue empate no segundo.
5) O tema da rejeição é decisivo. Essa recuperação do Haddad no segundo turno tem a ver com a menor rejeição dele – em torno de 5 pontos. Vai ser uma campanha gigantesca de forjar e aumentar a rejeição do outro. No caso do Bolsonazi, as fakenews funcionam para isso. No caso do Haddad, dependem da nossa capacidade de traduzir não apenas os riscos para a democracia e a convivência pacifica que o Bolsonazi representa, mas também traduzir para cada setor da sociedade como as posições do Bolsonazi os afetam: armamento generalizado, discriminação, salários, empregos, impostos, etc. etc. Desta capacidade nossa depende a decisão final.
6) Desta vez parece que o Bolsonazi não vai poder escapar dos debates e terá que ser confrontado com suas brutais declarações e a política econômica do governo que ele assume.
7) Nossa campanha tem que ser a mais ampla possível, sem rejeitar o apoio de ninguém que se pronuncie contra o Bolsonazi, sem contrapartida alguma. Campanha de rua, para chegar aos amplos setores populares ainda indefinidos ou pouco informados sobre o candidato do Lula, sobre o que representa o Bolsonazi.
8) Um Brasil de todos, para todos e por todos. Só com democracia todos somos respeitados e temos os direitos garantidos. Todos temos os mesmos direitos. Pela igualdade de direito de todas as raças, de todos os gêneros, de todas as profissões, de todas as religiões, de todas as idades. Ninguém é melhor do que ninguém, ninguém e' inferior a ninguém. Todos somos iguais, temos os mesmos direitos. Direito a emprego com carteira assinada. Com salario digno. Direito à escola. Direito à casa própria. Uma economia que cresça sempre e gere distribuição de renda. E todos os direitos começam com a democracia e acabam com ela. Um Brasil de paz e de convivência pacifica. Um Brasil de que nos orgulhemos, de que nos sintamos todos brasileiros. Um Brasil de todos os Brasis.
9) Estamos jogando o presente e o futuro do Brasil e de cada um de nós. Temos que deixar tudo o mais de lado e militarmos o tempo todo, falarmos com as pessoas, distribuirmos materiais, desmentirmos as mentiras, inventarmos formas de divulgação, melhorarmos nossos argumentos, usarmos dados concretos sobre o que fizemos no governo e sobre o que podemos fazer.
10) A disputa está aberta. Nenhuma das duas candidaturas pode cantar vitória. Depende da campanha, do desempenho de todos nós.
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