Cem dias

(Foto: Isac Nóbrega/Presidência da República)


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Com a aproximação das eleições, faltam cem dias, o governo está eviscerado pela incompetência generalizada que tomou de assalto a presidência, ministérios e secretarias, desde o fatídico dia em que a maioria dos eleitores, uns mal informados e outros mal intencionados, decidiram pela pior escolha. 

A incompetência não fez avançar a pauta de costumes, assunto tão caro para o presidente, que não conseguiu que ela evoluísse no Congresso. Somente religião, aborto, armas e família, temas enfáticos que garantem a Bolsonaro o apoio de parte dos evangélicos, permanecem na sustentação do velho discurso. 

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Nas duas últimas semanas as vísceras apodrecidas do governo ficaram ainda mais expostas com os assassinatos de Bruno e Dom, emboscados em uma Amazônia desprotegida, entregue aos narcotraficantes e exploradores ilegais, diante de uma Funai desmontada, propositadamente, para favorecer a exploração em terras indígenas com cumplicidade das autoridades locais e do governo federal. 

Faltando cem dias para as eleições e as pesquisas dando como certa a derrota de Bolsonaro no primeiro turno, o castelo de chorume construído em sua inútil vida pública começa a desmanchar sobre sua cabeça. 

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A prisão preventiva do ex-ministro da educação e líder espiritual de Michelle Bolsonaro, pastor Milton Ribeiro, foi a pá de cal na reeleição do ex-capitão. Milton Ribeiro é aquele ministro da educação que disse que ‘alunos com deficiência atrapalham os demais”. 

Ribeiro é acusado de participar de esquema de corrupção no MEC junto com pastores evangélicos, além de tráfico de influência e prevaricação na liberação de verbas do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação -FNDE – ligado ao Ministério da Educação.  

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Milton Ribeiro atendia, prioritariamente, pedidos do pastor Gilmar Santos, intermediário entre o ministério e prefeituras para liberação de verbas com desvio de finalidade. A farra envolvia entre outros, barras de ouro e distribuição de bíblias superfaturadas com a foto do ex-ministro (SIC).  

Gilmar Santos tinha o respaldo do presidente para operar dentro do ministério. Em áudio vazado, Ribeiro diz que “foi um pedido especial que o presidente da república fez para mim sobre a questão do Gilmar”.  

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Gilmar Santos, assim como outros pastores evangélicos, tinha acesso livre ao Planalto pelo elevador privativo. Praticamente ‘batia cartão’ no gabinete do presidente que tentou, sem sucesso, colocar essas visitas em sigilo por cem anos. 

Jair Bolsonaro é um presidente inqualificável, que usou todos os ingredientes para tornar o Brasil pária mundial. Sua essência ainda é a do deputado baixo clero atuando nos corredores da Câmara, amontoando propinas no bolso do paletó para contabilizar no banheiro ao final do dia. 

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Para agravar a situação, o Senado colhe assinaturas para abrir a CPI do MEC e investigar a corrupção que retirou verba da Educação para abastecer a quadrilha liderada pelo presidente da república. 

Ao que parece, a ameaça de golpe contra a democracia e as eleições recebeu um tiro de misericórdia e a extrema-unção. Quem seguirá a espada e o cavalo de um líder corrupto e desmoralizado?  

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