Celso Amorim diz que ida de vice pacificou relação com Argentina. Por enquanto

“A ida de Hamilton Mourão serviu para amainar os problemas", diz o ex-chanceler Celso Amorim, que esteve na posse de Alberto Fernandez como presidente da Argentina. "Mas cada vez que o Guedes diz que não interessa a participação no Mercosul, ou qualquer informação nesse sentido, piora de novo", alertou. Amorim disse ainda que Lula irá visitar o amigo "no momento oportuno"



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Por Denise Assis, para o Jornalistas pela Democracia 

O ex-chanceler, Celso Amorim, presente à posse do presidente da Argentina, Alberto Fernandez, como seu convidado pessoal, analisou para o 247, do ponto de vista da diplomacia, a mudança de postura do governo quanto à escolha do representante do Brasil à cerimônia. “Ficou o dito pelo não dito”, avaliou.

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Para Amorim, “no momento a pauta está pacificada”. Ele destacou, porém, que nada impede um novo “tropeço”. Lembrou que “a todo o momento acontecem coisas conturbadoras. Isto (a escolha do vice-presidente Hamilton Mourão para ir à posse), encerra esse episódio, mas cada vez que o Guedes diz que não interessa a participação no Mercosul, ou qualquer informação nesse sentido, piora de novo. Foi positivo. Não terminou da maneira ideal, porque o ideal teria sido o presidente ter ido. Mas deixando isto de lado, conclui-se esse episódio de uma maneira melhor do que parecia”.

“A ida de Mourão serviu para amainar os problemas. Eu não ouvi a conversa entre os dois. Ele estava na fila de cumprimentos um pouco à minha frente, por isto não testemunhei sobre o que falaram. Ele ter ido, ter ficado sentado em um lugar de projeção, achei positivo. Na linguagem diplomática isto tem um peso. O normal, numa relação como a do Brasil e Argentina, seria a presença do presidente. Porém, já se sabia que não seria assim. Não sei movido por qual consideração - se alguém soprou no ouvido dele -, mas o fato é que ele resolveu dar um passo mais civilizado”.

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Celso Amorim classificou a cerimônia como “um grande momento” e destacou a maturidade do discurso de Fernández com relação ao Brasil, “procurando separar a relação de Estado, da relação pessoal”. Do ponto de vista mais amplo elogiou o discurso de Fernandez, principalmente a parte social, “destacando que a democracia depende também do combate à pobreza e à fome, e apontando medidas práticas que pretende tomar”.  

Outro ponto a ser realçado pelo chanceler, foi “a crítica que fez aos excessos do Serviço de Inteligência e da Justiça”.

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Fernandez convidou Amorim para visitá-lo o mais breve possível, e sempre. O chanceler, por sua vez, aproveitou a oportunidade dos cumprimentos para levar o abraço de Lula ao presidente argentino. Na opinião de Amorim, foi sensata a decisão de Lula optando por não comparecer.

“O Lula irá lá no momento adequado, sem criar um movimento adicional. Lula indo ele teria que mencionar a presença dele, poderia se sobrepor aos demais ex-presidentes que lá estavam, enfim. Ele irá à Argentina no momento oportuno”, disse, frisando, no entanto, que esta era uma opinião dele, Celso, que fez questão de elogiar também o papel da vice-presidente, Cristina Kirchner.  

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“Cristina é uma grande liderança, foi muito aplaudida na cerimônia do Congresso e será senadora. Ela tem um grande carisma. Haverá ali uma certa uma certa divisão de tarefas. Cristina como presidente do senado vai ter muita influência política, embora seja ele o presidente”, lembrou.  

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