Carta de Temer trai seu desespero e desprezo pelo povo

"A carta de Michel Temer aos deputados é uma confissão de desespero, um sinal de que a situação na Câmara realmente piorou muito para ele com a delação de Lúcio Funaro", escreve Tereza Cruvinel; e "ao dirigir-se apenas aos parlamentares, que votarão contra ou a favor da aceitação da segunda denúncia de Rodrigo Janot, Temer revela mais uma vez seu profundo desprezo pelo povo brasileiro, que não mereceu qualquer palavra sua sobre os crimes de que é acusado – obstrução da Justiça e formação de organização criminosa", afirma a jornalista; "Nada sobre as propinas que Funaro o acusou de ter recebido", completa

"A carta de Michel Temer aos deputados é uma confissão de desespero, um sinal de que a situação na Câmara realmente piorou muito para ele com a delação de Lúcio Funaro", escreve Tereza Cruvinel; e "ao dirigir-se apenas aos parlamentares, que votarão contra ou a favor da aceitação da segunda denúncia de Rodrigo Janot, Temer revela mais uma vez seu profundo desprezo pelo povo brasileiro, que não mereceu qualquer palavra sua sobre os crimes de que é acusado – obstrução da Justiça e formação de organização criminosa", afirma a jornalista; "Nada sobre as propinas que Funaro o acusou de ter recebido", completa
"A carta de Michel Temer aos deputados é uma confissão de desespero, um sinal de que a situação na Câmara realmente piorou muito para ele com a delação de Lúcio Funaro", escreve Tereza Cruvinel; e "ao dirigir-se apenas aos parlamentares, que votarão contra ou a favor da aceitação da segunda denúncia de Rodrigo Janot, Temer revela mais uma vez seu profundo desprezo pelo povo brasileiro, que não mereceu qualquer palavra sua sobre os crimes de que é acusado – obstrução da Justiça e formação de organização criminosa", afirma a jornalista; "Nada sobre as propinas que Funaro o acusou de ter recebido", completa (Foto: Tereza Cruvinel)


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A carta de Michel Temer aos deputados é uma confissão de desespero, um sinal de que a situação na Câmara realmente piorou muito para ele com a delação de Lúcio Funaro. Ao dirigir-se apenas aos parlamentares, que votarão contra ou a favor da aceitação da segunda denúncia de Rodrigo Janot, Temer revela mais uma vez seu profundo desprezo pelo povo brasileiro, que não mereceu qualquer palavra sua sobre os crimes de que é acusado – obstrução da Justiça e formação de organização criminosa. Os cidadãos não participarão da votação na Câmara mas em nome deles é que os deputados vão votar. Entretanto, ele se dirige apenas ao “prezado parlamentar”.

Temer se lamuria, denuncia uma conspiração para derrubá-lo da Presidência, ataca Janot, Marcello Miller e Lucio Funaro e apoia-se em Eduardo Cunha, destacando ter ele dito em entrevista que não teve o silêncio comprado por Joesley Batista. Chega a solidarizar-se com Cunha, dizendo que ele teve a delação recusada porque se recusou a falar contra ele, Temer. Como diria Joesley, Temer e Cunha “estão de bem”. Mas sobre organização criminosa, nenhuma palavra. Nada sobre as propinas que Funaro o acusou de ter recebido, em negócios que envolveram outros caciques do PMDB, na área de portos, na CEF, na Ministério da Agricultura.

Simulando otimismo, apesar do esperneio desesperado, Temer afirma que “as urdiduras conspiratórias estão sendo expostas. A armação está sendo desmontada.” E parte para a glorificação de seu governo, dizendo que foi seu esforço, com apoio do Congresso, que permitiu a retomada do crescimento. Que crescimento? O mercado subiu hoje sua previsão para este ano de 0,70 para 0,072%, e o ano está acabando.

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E tome lorota. “Fomos capazes de liberar as contas inativas do FGTS e agora de antecipar as idades para percepção do PIS/Pasep. Tudo isso tem um significado: impedir o aumento de preços, valorizar o salário e melhorar a vida das pessoas!” Mas para liberar contas inativas, cujos saldos pertencem ao trabalhador, não é preciso ser capaz, basta ter poder e uma caneta. Já a redução da idade para saque do PIS-Pasep é uma grande empulhação que já denunciei mas ninguém foi conferir. O que Temer fez foi trancar os recursos dos aposentados, que antes de sua MP de agosto podiam sacá-los livremente, e agora só poderão fazê-lo a partir de 17 de novembro. Os que poderão sacar antes dos 70 anos (65 anos/homem e 62/mulher) só farão isso no finalzinho de dezembro. 

Na lorotagem, ele recorda o aumento que deu ao Bolsa Família quando tomou posse, mas não fala dos mais de 1,5 milhão de famílias que foram excluídas. Mente, dizendo que zerou a fila dos que queriam ingressar no programa. Mente ao dizer que nenhum programa social foi eliminado ou reduzido. E a redução dos convênios do Farmácia Popular? E o encolhimento do Fies, do Ciência sem Fronteiras e do Minha Casa/Minha Vida? E as restrições ao combate ao trabalho escravo?

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Temer termina a carta professando crença na pacificação dos brasileiros, no diálogo, na solidariedade. Palavras vazias, que não têm a menor base na prática de seu governo perseguidor.

Mas ela teve sua utilidade, se não para garantir votos, pelo menos para mostrar seu desespero e sua capacidade de mistificar.

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