Carrasco de velhinhos
"O cartão de visitas do novo ministro da Saúde (Nelson Teich) é um vídeo gravado no ano passado em que defende salvar a vida de jovens em detrimento dos mais velhos", escreve Alex Solnik, do Jornalistas pela Democracia. "Suas declarações deveriam ser suficientes para desqualificá-lo a assumir qualquer papel de destaque na administração da saúde pública"
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Por Alex Solnik, do Jornalistas pela Democracia
O cartão de visitas do novo ministro da Saúde é um vídeo gravado no ano passado em que defende salvar a vida de jovens em detrimento dos mais velhos, na contramão de todos os povos civilizados que os respeitam, valorizam e priorizam como conselheiros e sábios.
Se alguém tivesse que ser priorizado seria justamente o cidadão que viveu mais e que passou a sua vida toda pagando impostos, tendo, portanto, contribuído muito mais para os cofres públicos que aquele que apenas ingressa na vida adulta.
O que disse é uma afronta tanto ao estabelecido nos órgãos de saúde – a prioridade no atendimento é de quem chega primeiro ou apresenta estado mais grave – como na constituição brasileira que proíbe qualquer discriminação por raça, posição social ou idade.
Também é, ao mesmo tempo, uma afronta a seus pais e que contradiz o mantra de que, na atual crise, os mais idosos devem ser os mais protegidos.
O fato mais grave ainda é que os idosos integram grupo de risco na atual conjuntura e, a julgar por seu pensamento, serão considerados como aqueles que “estão perto de morrer”.
Suas declarações deveriam ser suficientes para desqualificá-lo a assumir qualquer papel de destaque na administração da saúde pública, quanto mais no de ministro que será o responsável por controlar a pandemia mais letal dos últimos 100 anos e no desenrolar da qual, calcula-se, haverá situações como as descritas no seu vídeo tétrico, sombrio e desumano.
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