"Canalha": Oganizador da motociata em SP rompe com Bolsonaro (vídeo)

Jackson Vilar se revoltou com a falta de ação do governo federal no Sul da Bahia. Enquanto a população sofria, Bolsonaro passeava de jet ski

Vilar, com o braço direito levantado ao lado de Bolsonaro
Vilar, com o braço direito levantado ao lado de Bolsonaro (Foto: Arquivo pessoal)


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Na semana passada, enquanto Jair Bolsonaro passeava de jet ski na praia e brincava de Hot Wheels no Beto Carrero, o embaixador do comércio na Zona Sul de São Paulo, Jackson Vilar, rompia com ele.

"Canalha, canalha, canalha", disse ele, em vídeo que postou na rede social, para desabafar contra a falta de ação do governo federal diante da tragédia das enchentes no sul da Bahia. Veja o vídeo abaixo.

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Jackson Vilar é dono de lojas no Capão Redondo e em Paraisópolis, onde o número de migrandes nordestinos é grande.

Vilar é um nome em ascensão no campo da direita. Ela criou o movimento Nova Direita, que apoiava Bolsonaro a ponta de organizar a motociata com Bolsonaro em São Paulo.

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Hoje, Vilar cogita votar em Lula. Em conversa com ele no Boteco do Rolim, em Paraisópolis, ouvi que a única que resistência que tem em relação ao ex-presidente é a pauta LGBTQIA+.

Explica-se: Vilar é pastor evangélico, ligado a Silas Malafaia e a Magno Malta, e atribui ao PT a possibilidade casamento formal entre pessoas do mesmo sexo.

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Essa possibilidade foi decidida pelo Supremo Tribunal Federal, numa ação que, corretamente, considerou uma violação de direito fundamental impedir que homossexuais constituam família.

Mas a crise econômica e o cinismo de Bolsonaro  afastaram Vilar do antigo ídolo. "A popularidade dele está derretendo", disse. "E acho que vai derreter mais", acrescentou

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Ele diz que a ficha caiu no dia 7 de setembro, quando Bolsonaro mobilizou seus apoiadores para confrontar o Supremo Tribunal Federal. 

Vilas estava na linha de frente. Em conversa com um empresário de Santa Catarina, dono de uma empresa de transporte, sugeriu lançar o tal Zé Trovão como liderança dos caminhoneiros.

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O embaixador do comércio da Zona Sul (título formal conferido pelos empresários da região) tem áudios com o empresário e com o próprio Zé Trovão.

"Teve gente que ganhou muito dinheiro com aquelas manifestações. Eles fizeram vaquina, pediam pix e muita gente colaborou", conta.

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Quando Bolsonaro recuou depois do protesto e divulgou nota pedindo arrego, Vilar chegou a divulgar vídeo em que o chamava de "calça frouxa".

A declaração tinha o peso de quem pregou na testa de João Doria o apelido de "calça apertada". Magno Malta e Silas se movimentaram e o convenceram a divulgar dias depois outro vídeo em que falava que o ataque a Bolsonaro tinha sido em razão do "calor do momento".

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O vídeo em que chama Bolsonaro de canalha tem uma semana, e até agora ele não recuou. Desta vez, o rompimento parece ser definitivo.

Antes do vídeo, Vilar já vinha divulgando vídeos com ataque a Paulo Guedes, por conta da recessão e inflação, sobretudo por conta do aumento dos combustíveis.

"Ô Guedes, se você é a favor do preço da gasolina e do diesel em dólar, tem que baixar uma norma para que os brasileiros também recebam em dólar", protestou.

Ao deixar o hospital hoje, Bolsonaro mostrou que, para recuperar a popularidade, vai investir na versão de que a facada ou suposta facada em Juiz de fora foi obra da esquerda.

Os fatos o desmentem -- o antigo delegado do caso, Rodrigo Morais, concluiu que Adélio Bispo de Oliveira agiu sozinho. Mas o próprio delegado admitiu a colegas que não investigou a hipótese do autoatentado, que considerava "plausível".

O próprio Jackson Vilar não acredita no que Bolsonaro diz sobre a facada, mas o que o irritou foi sobretudo o desprezo pelo sofrimento da população baiana, em grande parte consumidores dos móveis, eletromésticos e outros produtos que vende em São Paulo.

 




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