Campanha de aniquilação de petistas inviabilizará a política brasileira
O que estamos vendo no Congresso e nas ruas não é política, é guerra. E quem orquestra essa guerra são instituições como a imprensa e o Judiciário e órgãos de controle como o Ministério Público e a Polícia Federal, entre outros que se transformaram em instrumentos de repressão política
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A má notícia de hoje não é sobre a queda livre da economia ou sobre a ascensão política de gente como Jair Bolsonaro (de quem o discurso “político” faria Mussolini hesitar). A má notícia é a de que estamos destruindo a ferramenta básica da democracia: a política.
Além de a economia estar se aproximando perigosamente do ponto de não retorno, além de cada vez mais gente estar comprando (dos Bolsonaros soft ou hard) ideias que atiraram o mundo em duas guerras, cada vez se faz menos política no Brasil.
O que estamos vendo no Congresso e nas ruas não é política, é guerra. E quem orquestra essa guerra são instituições como a imprensa e o Judiciário e órgãos de controle como o Ministério Público e a Polícia Federal, entre outros que se transformaram em instrumentos de repressão política.
O sintoma mais clássico do extermínio da política brasileira é a proposta do PSDB de colocar na ilegalidade o partido político que lhe impôs tantas derrotas eleitorais desde 2002, e de derrubar a candidata a presidente que venceu a eleição presidencial de 2014.
Ou seja: o PSDB e seus tentáculos na imprensa, no Judiciário, no Ministério Público e na Polícia Federal está acabando com a possibilidade de a sociedade brasileira dirimir suas diferenças através da política, pois esta passa a ser instância secundária na disputa pelo poder.
O PSDB e seus tentáculos acreditam que a história chegará ao fim no momento em que um político de direita colocar suas nádegas na cadeira presidencial. A partir dali, a direita terá se assenhorado do Brasil para todo o sempre, acreditam.
A ideia será encarcerar todo aquele que possa lhes fazer oposição de verdade, todas as lideranças políticas de peso. Só deixarão soltos os políticos de esquerda que não são levados a sério pela população, como as Lucianas Genro da Vida.
E só até o momento em que ninguém os leve a sério.
Estão enganados. Fernando Henrique, Aécio Neves, Serra, Alckmin, Frias, Marinho, Civita, Mesquita, Moro e tantos outros artífices da destruição da política brasileira não atentam para o fato de que Ministério Público, Polícia Federal e Judiciário estão em guerra.
Em todas essas instituições há setores revoltadíssimos com o uso político delas. Só que esses setores inconformados nada podem fazer porque não têm como parar investigações. E não podem fazer o mesmo contra os tucanos porque não é isso o que querem e também porque só podem atuar em esfera federal.
Mas tudo vai mudar. Agora, daqui a seis meses, um ano ou só em 2019, mas tudo vai mudar.
Os algozes do PT vão chegar ao poder. E a política que terão que enfrentar no país nem mesmo será política. Os métodos convencionais de política estão mortos e enterrados. Não se fará mais política no Brasil propondo programas, projetos e políticas públicas para o eleitorado.
A partir daqui, o Brasil passa a viver uma guerra sem trégua em vez de política. O objetivo será sempre destruir o adversário, criminalizá-lo. E, nesse aspecto, o poder será sempre uma faca de dois gumes, pois além de conferir poder torna alvos os seus detentores.
A direita acredita que depois que tirar o PT do poder poderá desmontar o Ministério Público, a Polícia Federal e reaparelhar o Judiciário. Será mesmo?
Em conversa que tive durante o Carnaval com alguém que entende do traçado e que não pode, de forma alguma, ser identificado, quem acha que poderá desmontar a máquina de Justiça criada por Lula e aperfeiçoada por Dilma, está enganado.
Claro que hoje o PT está sob a mira dessa metralhadora porque está no poder, mas quando sair aqueles que hoje só estão assistindo ao massacre vão fazer a vez daqueles que perderão o ímpeto investigativo.
Sim, a mídia não vai pressionar por investigações se – ou quando – a direita voltar ao poder, mas minha fonte garante que isso não mudará o fato de que os órgãos de controle aperfeiçoados não poderão ser desmontados tão facilmente. E sua configuração favorece excessos.
Seja como for, o objetivo primordial da política não existe mais. Ao menos no Brasil atual. Os rancores e o ódio nortearão a disputa pelo poder. Uma geração inteira será gerida pelo ódio.
Aqueles que acham que poderão esmagar os adversários e impedir que se vinguem, lembrem-se do nazismo. Hitler foi o último grande cretino que achou que poderia esmagar qualquer um que a ele se opusesse.
Terão Fernando Henrique, Aécio, Serra, Moro, Frias, Marinho etc. mais sucesso do que Hitler? Duvido.
A história não acabará com a derrubada do governo ou com a derrota do PT em 2018. A história não acaba. O tempo é infinito. Há 15 anos, ninguém imaginaria que o PT chegaria ao poder e nele permaneceria por uma década e meia. Há 5 anos ninguém imaginaria que o PT naufragaria tanto.
O PSDB foi dado como “morto” inúmeras vezes. Sua bancada diminuía na Câmara e no Senado a cada eleição. Mesmo com o apoio da mídia.
Note, leitor, que a mídia jamais conseguiu ajudar o PSDB. Quem derrotou o PT foi a própria esquerda. Aquela molecada de esquerda que começou os protestos de junho de 2013 foi quem derrubou a popularidade de Dilma e espantou os investidores, afundando a economia.
Ou seja: o poder da direita é muito menor do que parece. Sem o Movimento Passe Livre, o PSOL, o PSTU e alguns “intelectuais” cretinos, hoje o Brasil estaria avançando, redistribuindo renda, crescendo, reduzindo a pobreza.
Infelizmente, mudar a rota do ódio em que atiraram o Brasil será bem mais difícil do que enfrentar os tucanos e sua mídia. O ódio é resiliente. Veja, leitor, o que acontece no Oriente Médio, por exemplo.
O que fundamenta incontáveis guerras é a resiliência do ódio. E o ódio que plantaram no Brasil irá germinar por décadas. Conseguiram envenenar este país como não haviam conseguido nem durante a ditadura. Desintoxicá-lo é que serão elas.
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