Caju amigo, o coquetel que virou senador
"O senador Romero Jucá, o 'Caju' da lista de propinas da Odebrecht tem todos os motivos para ficar o mais longe possível dos holofotes: além de responder a oito inquéritos no STF anteriores à Lava Jato, foi afastado do Ministério do Planejamento depois da revelação de seus diálogos nada republicanos com o ex-presidente da Transpetro, Sergio Machado, nos quais engendrava planos para driblar investigações acerca da camarilha do PMDB que usurpou o poder", diz o colunista Alex Solnik, que critica sua iniciativa para blindar os chefes da Câmara e do Senado
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O senador Romero Jucá, o “Caju” da lista de propinas da Odebrecht tem todos os motivos para ficar o mais longe possível dos holofotes: além de responder a oito inquéritos no STF anteriores à Lava Jato, foi afastado do Ministério do Planejamento depois da revelação de seus diálogos nada republicanos com o ex-presidente da Transpetro, Sergio Machado, nos quais engendrava planos para driblar investigações acerca da camarilha do PMDB que usurpou o poder.
Mas, em vez de ficar num canto neutro, mergulhar no ostracismo de onde nunca deveria ter saído, na esperança de que o esqueçam ele se esmera em produzir notícias a seu respeito, sempre negativas, é claro e reincidindo na prática que o afastou do governo Temer (se é que afastou).
Sua mais recente investida foi a elaboração de uma PEC (Proposta de Emenda Constitucional) com a qual pretende ajudar dois companheiros da lista da Odebrecht: “Índio”, o presidente do Senado e “Botafogo”, o presidente da Câmara dos Deputados.
A artimanha se resumia em estender a eles a blindagem que a constituição reservou ao presidente da República, impedindo-o de ser investigado por qualquer ato anterior à sua posse.
Em vez de se ocupar, em nome da transparência, em eliminar a blindagem presidencial, que é inaceitável, pois o posto mais alto da República deveria ser ocupado por pessoas que não precisam de blindagens desse tipo, ele tentou o caminho inverso, mas desistiu da PEC no fim do dia, a pedido de “Índio”.
A grande atração de um famoso bar de São Paulo era um coquetel à base de vodka e suco de caju chamado “caju amigo”.
O coquetel virou senador.
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