Cadê os Yanomani? (Vídeo)

É preciso gritar com todas as forças e gritar sempre: vidas indígenas importam

(Foto: REUTERS/Bruno Kelly)


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Em Roraima, na região de waikás, uma grupo de 24 indígenas desapareceu na floresta, deixando pra trás a comunidade em chamas.

Pra onde foram, por quê foram; sumiram ou foram sumidos?

Tudo aconteceu no último dia 25, logo após a comunidade ser invadida e atacada por garimpeiros. 

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Os sujeitos violentaram brutalmente uma menina de 12 anos, levando a pequena à morte.

Em seguida, os violadores sequestraram uma mulher, com o seu filho de três anos de idade; a criança, veja que brutalidade, foi jogada no rio, segundo relato de júnior hekurari yanomami, liderança indígena que publicou um vídeo nas redes sociais denunciando o crime.

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Pode ser que a comunidade tenha fugido em desespero para não ser exterminada.

São muitos, e cada vez maiores, os relatos de ataques brutais contra indígenas. 

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O terror, o pavor, o pânico e o medo são armas psicológicas utilizadas pelo macho branco desde que este câncer da terra aportou por estas paragens.

Há mais de 500 anos temos visto essa cena se repetir, ininterruptamente, e se alastrar como uma metástase: de forma brutal e covarde, homens fortemente armados, com armas de fogo, matam os povos originários sem piedade, ou obrigam indígenas a se esconderem nas regiões mais profundas da floresta para não serem assassinados.

Os exploradores gananciosos não têm escrúpulos: mandam e desmandam, matam e desmatam.

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As terras, e isso parece um imperativo, deve estar apenas nas mãos do macho branco.

Por isso, os quilombos estão sempre sob vigilância, por isso os quilombolas lutam, por séculos, para terem a posse de um pequeno pedaço de chão.

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É por isso que morrem tantas lideranças comunitárias, por esse motivo matam os que defendem a floresta, é por essa razão que as mulheres quebradeiras de coco babaçu vivem sob a ameaça constante de fazendeiros e grileiros.

É por essas e outras que os brancos gananciosos odeiam tanto os indígenas: "eles têm terras demais e são preguiçosos", dizem os preguiçosos que parasitam crianças, animais e máquinas para trabalharem pra eles.

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Mesmo as terras demarcadas estão sob a mira dos assassinos.

E agora eles têm um governo que os apoia, têm parlamentares que incentivam a brutalidade, têm instituições que fazem vista grossa às agressões que os povos da floresta, e a própria floresta, vêm sofrendo cotidianamente.

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O macho branco, quando invade uma terra, antes de colocar uma cerca, ele destrói tudo o que encontra: toca fogo nas matas, polui os rios, mata tudo o que nada, voa, rasteja, fornece sombra e garante a vida.

A morte do "outro", o assassínio, é a cachaça do macho branco.

Em seguida eles vão a uma igreja, fazem um teatro místico, depositam umas moedas na sacola de espórtulas e dormem com os bolsos cheios e a consciência tranquila.

Estupraram uma menina de 12 anos, jogaram uma criança de 3 anos dentro de um rio...

Dói, cara, isso dói pra caralho!

Isso fode a alma de quem tem alma; dilacera o coração de quem tem coração!

Lembro-me da pequena madeleine mccann, uma criança de 4 anos, branca e britânica, que desapareceu em portugal no ano de 2007. 

O mundo ficou em pânico: será que estupraram a pequena, será que está viva, será que passa frio e fome, será...

O planeta terra se mobilizou para procurar a criança, os principais meios de comunicação do mundo, fizeram desta a sua notícia principal.

Ilze Scamparini, do alto de um telhado, chorava a perda da infante.

É triste o que aconteceu com madeleine, mas por que diabos é menos triste o que aconteceu com os yanomami, por que diabos a comoção é menor?

Cadê os yanomami?

Desapareceram ou foram desaparecidos; por quê?

É preciso gritar com todas as forças e gritar sempre: vidas indígenas importam, porra!

Palavra da salvação.

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