Cadê o machão muito macho?

"Não é a primeira nem a 10º vez que o Genocida deixa claro que, além de ser irremediavelmente vil e totalmente desequilibrado, é medroso", diz Eric Nepomuceno

Antonio Barra Torres e Jair Bolsonaro
Antonio Barra Torres e Jair Bolsonaro (Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado | Alan Santos/PR)


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Por Eric Nepomuceno, para o Jornalistas pela Democracia 

O médico e contra-almirante da reserva da Marinha Antônio Barra Torres tem ao menos uma tremenda mancha em seu currículo que só o tempo mostrará se pode ou não ser apagada: foi muito próximo de Jair Messias. Mas dia desses mostrou que tem ao menos uma tremenda lucidez e um robusto punhado de hombridade.  

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A maneira com que ele desafiou o Genocida a provar mais uma de suas boçalidades – insinuar que poderia haver interesses escusos por trás da decisão da Anvisa de aprovar a óbvia vacinação contra Covid em crianças entre cinco e onze anos – chamou a atenção de todo brasileiro com um mínimo de lucidez.

Muita gente – eu inclusive – ficou na espreita, aguardando a dimensão do estrondo da resposta do machão instalado na poltrona presidencial, que com certeza não deixaria semelhante desafio passar em branco.

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Afinal, macho que é macho não leva desaforo para casa. E Jair Messias, dia sim e o outro também, vive exaltando a própria macheza.   

Pois bem: o que se ouviu durante dois dias foi um estrondoso silêncio. E, na segunda-feira dia 10, surgiu um fiapo de miado numa entrevista gravada ainda no sábado para uma emissora irremediavelmente bolsonarista. Tudo que o Genocida disse foi que a questão da vacina para crianças não deve servir para afastar as pessoas.

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Barra Torres, aliás, aproveitou para, além de sacudir Jair Messias, esfregar nele uma humilhação. Recordou que, como contra-almirante, ocupa um generalato na Marinha.  

Cadê a humilhação? Ora, no Exército, Jair Messias jamais passou de tenente. E só virou capitão por ter, depois de encarar cadeia por atos de indisciplina, ido para a reserva.

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Não é a primeira nem a décima vez que o Genocida deixa claro que, além de ser irremediavelmente vil e totalmente desequilibrado sem volta, é medroso. Ele se borra todo quando tem que enfrentar alguém grande.  

Foi assim quando aceitou assinar uma carta escrita pelo marqueteiro do golpista Michel Temer depois de ter ofendido o Supremo Tribunal Federal e ter tentado um golpe no dia 7 de setembro em São Paulo.

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Claro que sobravam indícios de que a chance do golpe dar certo era a mesma da Cate Blanchett ou a Julia Roberts implorarem para jantar comigo. Mas Jair Messias, apesar de toda sua estupidez, sabe perfeitamente como atiçar aquele pequeno núcleo de seguidores mais bovinos e, por isso mesmo, absoluta e irremediavelmente fiéis. Daí ter virado machão e depois ter, de novo, se borrado todo.

Aliás, é justamente esse rebanho que ficará decepcionado com a covardia do macho muito macho diante da bordoada que levou de Barra Torres. E por isso que podemos esperar que Jair Messias parta para o ataque contra outros alvos.  

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Já ensaiou o primeiro, contra o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal. Meio pífio, é verdade. Mas, como dizem os ibéricos, “algo es algo”.  

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