Cada um por si e Bolsonaro contra todos

Jair Bolsonaro "colocou em risco a si próprio e a todos os que se aproximaram dele. Quebrou a própria quarentena. Atuou abertamente não no combate ao vírus, mas em sua disseminação", escreve Alex Solnik, do Jornalistas pela Democracia

O presidente Jair Bolsonaro acompanhou, da área externa do Palácio do Planalto, em Brasília, a manifestação de apoiadores de seu governo, que está sendo realizada neste domingo (15) na capital federal e em outras cidades do país.
O presidente Jair Bolsonaro acompanhou, da área externa do Palácio do Planalto, em Brasília, a manifestação de apoiadores de seu governo, que está sendo realizada neste domingo (15) na capital federal e em outras cidades do país. (Foto: José Cruz/Agência Brasil)


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Por Alex Solnik, do Jornalistas pela Democracia

Todos os líderes que respeitam e atuam para proteger seus liderados estão tomando providências com base em orientações de especialistas em epidemiologia nessa crise avassaladora.

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A orientação comum a todos eles é: evitar aglomerações, em locais fechados ou abertos; evitar contatos a menos de um metro de distância; permanecer em casa o máximo possível.

O presidente francês mandou fechar Paris. As ruas da Itália permanecem desertas. O papa cancelou acesso à Praça de São Pedro. O presidente norte-americano decretou estado de emergência. O presidente argentino proibiu a entrada de estrangeiros no país.

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Bolsonaro parece não estar conectado com o que acontece no mundo, mesmo depois de ao menos quatro membros da comitiva que o acompanhou ao encontro com Trump terem contraído o vírus. Não se sabe ainda quantos mais poderão ser infectados em razão disso.

O que Bolsonaro fez ontem, confraternizando com a sua seita em mais um ataque à democracia e violando todas as recomendações científicas é um atentado que não é mais apenas político. Ele colocou em risco a si próprio e a todos os que se aproximaram dele. Quebrou a própria quarentena. Atuou abertamente não no combate ao vírus, mas em sua disseminação.

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A palavra mais utilizada hoje na imprensa para descrevê-lo é "irresponsável". Acho que é pior que isso.

Ele é a versão brasileira de Jim Jones, o chefe da seita Templo dos Povos que induziu ao suicídio mais de 900 pessoas, inclusive 300 crianças, em 1978, em Jonestown, na Guiana.

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O outro brasileiro que desdenha do coronavírus é o chefe da seita Igreja Universal, Edir Macedo, aliado de Bolsonaro, preocupado, é claro, com o dízimo que vai faltar se seus seguidores fanáticos esvaziarem os templos.

Na conjuntura atual, sem liderança nacional adulta e responsável, não temos saída a não ser confiar nos governadores e em nossos próprios meios de nos protegermos.

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Cada um por si e Bolsonaro contra todos.

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