Cabral se ofende ao ser comparado com Collor

(Foto: Alex Solnik)


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Num programa de entrevistas da TV Bandeirantes do Rio de Janeiro em 1996, um dos debatedores perguntou a um jovem Sergio Cabral, em mangas de camisa, então candidato a prefeito da cidade:

"O senhor disse que não tem financiamento de empresários da área de transporte. Então que setores teriam interesse em financiar sua campanha"?

"Setores que querem um prefeito correto, sério, honesto, trabalhador", respondeu Cabral.

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"O senhor pode especificar"?

"Não é responsabilidade minha. Jamais conversei com empresários sobre dinheiro".

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"Quer dizer que o senhor, a exemplo do presidente Collor, sem fazer comparações, também desconhece as fontes de financiamento da sua campanha"?

"Eu não me comparo com Collor, até me sinto ofendido. Eu não votei nele nem no primeiro nem no segundo turno, eu jamais estive com ele na vida do ponto de vista partidário, no mesmo palanque, estou me sentindo ofendido por você. Não tenho absolutamente nada que ver com o presidente Collor. Por favor, você retire essa pergunta sua, essa comparação que é absolutamente indelicada para com a minha pessoa".

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A apresentadora interveio:

"A entrevista está esquentando, mas o resto você vai ver depois dos comerciais".

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Vinte anos depois se constata que duas afirmações de Cabral nessa entrevista eram inverídicas - ele não era tão "correto, sério, honesto" como apregoava e conversava "com empresários sobre dinheiro" - e uma verdadeira: "não me comparo com Collor".

Ele tinha razão: os números da corrupção de que Collor era acusado não fazem cócegas aos dele.

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Esses valores revelados até agora, mais de 220 milhões dizem respeito somente a propina em três obras e de apenas duas empreiteiras.

A investigação está em curso.

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Ainda não apareceram os números da Odebrecht.

As relações com Eike Batista ainda não entraram no radar.

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Muita água vai rolar embaixo da ponte.

Há quem aposte que ao fim da apuração Cabral vai liderar o ranking nacional da corrupção.

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