Bretas age por picuinha ao transferir Cabral para presídio federal
"Setores do judiciário brasileiro, incluído o Ministério Público, tentam instalar no País um certo neo-bonapartismo, movido aparentemente por boas intenções; mas com o nítido propósito de fortalecer os grupos mais conservadores e reacionários da sociedade", diz o colunista Ricardo Bruno; "Os exageros, as pequenas decisões que transbordam da legalidade devem ser denunciadas e combatidas em nome do estado de direito. Fora dele, estamos todos perdidos"
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A decisão do juiz Marcelo Bretas de transferir o ex-governador Sérgio Cabral para um presídio federal não me parece justa; nem necessária para o correto e isento trâmite do processo legal. Ao fazê-lo, Bretas parece ter reagido exclusivamente com o fígado diante das altercações de Cabral no depoimento de hoje.
O isolamento em prisões federais se justifica para evitar que os chefões do tráfico – Marcola, Marcinho VP, Nem e outros – continuem no comando da atividade criminosa. Esta não é situação de Cabral, que já fora condenado a 72 anos de prisão por conta do seu envolvimento em atos de corrução.
Não há aqui o mais leve propósito de defendê-lo dos crimes de que é acusado. A complicada e quixotesca tarefa é dos seus advogados. Contudo, Bretas parece que agiu mais por picuinha e menos pelo estrito cumprimento do código penal.
Decisões desta natureza só confirmam a tese de que vivemos num estado de exceção, com exagerado e desmedido protagonismo judicial.
Setores do judiciário brasileiro, incluído o Ministério Público, tentam instalar no País um certo neo-bonapartismo, movido aparentemente por boas intenções; mas com o nítido propósito de fortalecer os grupos mais conservadores e reacionários da sociedade.
Os exageros, as pequenas decisões que transbordam da legalidade devem ser denunciadas e combatidas em nome do estado de direito. Fora dele, estamos todos perdidos.
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