Brasil volta a ser dos brasileiros?

Somente com o povo na rua ocupando as praças, o governo Lula poderá executar o programa que o elegeu

(Foto: Arquivo/ABr)


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Há poucos dias a ministra Marina Silva fez uma declaração significativa: o Brasil elegeu o presidente Lula e o seu programa; mas o Congresso quer continuar aplicando a política derrotada de Bolsonaro. Não é isso que estamos vendo nos últimos dias? 

É bem verdade que temos coisas muito positivas, como o início do abrasileiramento dos preços dos combustíveis; a cassação do vice-rei na monarquia de Curitiba abrindo caminho para defenestrar também o chefe monárquico maior; no Japão, no covil das hienas como bem acentuou o jornalista Breno Altman, Lula deu um banho de civilização, humanismo e defesa da paz. Mas nada disso dependeu do Congresso...

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Ora, o Brasil é autossuficiente na produção de petróleo: porque tem de basear seus preços internos com os internacionais, medidos pelo dólar? O dólar é uma moeda em franca deterioração. Seu domínio no comércio internacional se deveu não a uma decisão de governos ou instituições, mas resultou da hegemonia do império do norte que tem usado sua moeda como instrumento de chantagem e opressão contra povos aparentemente fracos (como a pequenina, mas heroica Cuba) ou o destruído Afeganistão, de quem sequestrou as reservas internacionais e agora para apoiar a Ucrânia contra a Rússia, país que tudo faz para sufocar e destruir, embora são os ucranianos que estão pagando o maior preço. Mas no mundo multipolar que se inicia, o dólar não tem mais vez como moeda de troca e os países estão reconhecendo seu direito e vantagem ao uso de suas próprias moedas, além de estabelecerem livremente seus preços internos.

O Brasil vive várias situações paradoxais: Lula começou a governar antes mesmo de tomar posse, porém a dupla Temer/Bolsonaro ainda detêm postos chaves a determinar as políticas do pais. No Brasil não vigora um sistema parlamentarista (derrotado sempre que o povo foi consultado), mas o que o executivo tenta executar, como a organização do governo, o legislativo desfaz, como se parlamentarista fosse a forma de governar. O povo elegeu (e o mundo quer no Brasil) um governo que restaure o respeito ao meio ambiente, mas a agropecuária (na propaganda: “agro é pop”; na realidade: “agro é ogro”!) quer passar a boiada, levando a destruição ambiental às últimas consequências.

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Estas questões precisam ser resolvidas a partir do interesse nacional, do povo brasileiro. Não é justo que o Banco Central continue subordinado aos interesses do grande capital financeiro internacional, sabotando o desenvolvimento econômico de nosso país. Ou alguém ainda não entendeu que a “autonomia” do Banco Central é autonomia do interesse nacional e subordinação ao interesse do capital financeiro? Aos sanguessugas que odeiam o trabalho, vivem de renda do trabalho dos outros, os rentistas?

A independência e o papel de cada um dos três poderes deve ser respeitada: ao executivo cabe governar; ao legislativo, legislar e fiscalizar: ao judiciário examinar a coerência e a harmonia dos poderes, respeitada a Constituição. Quem legitima a política a ser aplicada pelo executivo é o povo que majoritariamente decide. Não pode o legislativo se imiscuir na forma do governo governar. Para executar a política escolhida pelo povo é o executivo que determina a forma, a estrutura de governo. Aliás, pode fazê-lo, em muitos casos, até por decreto como determina a Constituição. Mas o legislativo não tem o poder de sabotar o executivo, assim como um dito “autônomo” Banco Central de sabotar a política de desenvolvimento econômico.

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Que o agro queira destruir a sobra da Mata Atlântica, o Pantanal, o Cerrado e a Amazônia, o sabem todos os bem informados, pois o rei deles é o dinheiro, representado pelas madeiras, pelos minerais e pelos pastos a encher o mundo de gado bovino. Deserto? Que importa a eles se os criar? Querem é a bufunfa no bolso, preferencialmente, as verdinhas! 

Bem sabemos que estas questões dizem respeito à luta de classes: são interesses antagônicos que se confrontam no cenário político. E este cenário não terá um desfecho favorável à maioria se não entrar em cena, de forma ativa, o ator principal. Somente com o povo na rua ocupando as praças, o governo Lula poderá executar o programa que o elegeu; o Centrão se revelará o verdadeiro centrinho que é; o agro mostrará sua verdadeira face de ogro; os criminosos da extrema direita, todos eles, a partir dos chefes, começarão a ver o sol nascer quadrado. Este será o Brasil dos brasileiros!

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