Brasil sem rumo na nova geopolítica global na América do Sul
Onde ficam os generais brasileiros, que avalizam o governo Bolsonaro, no estado de guerra sul-americano, submetido a nova geopolítica global, imposta por Estados Unidos, de um lado, e Rússia e China, de outro, pela disputa do petróleo venezuelano, na América do Sul, a mais nova rica do mundo, alvo da cobiça internacional?
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Multilateralismo global
Onde ficam os generais brasileiros, que avalizam o governo Bolsonaro, no estado de guerra sul-americano, submetido a nova geopolítica global, imposta por Estados Unidos, de um lado, e Rússia e China, de outro, pela disputa do petróleo venezuelano, na América do Sul, a mais nova rica do mundo, alvo da cobiça internacional? Com Trump, que mostra os Estados Unidos sem aquela força de antes, garantida pelo dólar, abalado pela especulação internacional, interessados em tomar ativos brasileiros, na bacia das almas, ou com Jiping e Putin, a nova força, que chegou para ficar, com os Brics, armados de novo sistema monetário internacional?
Trump não é besta de, agora, cair no jogo de guerra de Bolton e Pompeo, falcões de Pentágono, interessados em destruir Maduro, na Venezuela, protegida e armada por Putin e Jiping. Se dependesse desses dois guerreiros, se tivesse de obedecê-los, já teria mandado seus exocets para destruir o bolivarianismo nacionalista, socialista, leninista-chavista venezuelano, e acabado com a conversa. Tomava o petróleo, instalava em Caracas governo fantoche de Guaidó ou outro qualquer, ocupava a empresa estatal de petróleo, PDVSA, colocava gente americana para dirigi-la, pronto e acabou. Haveria clima de guerra em toda a América do Sul, a Casa Branca colocaria no poder seus títeres em todos os países sul-americanos, o que, aliás, já vem acontecendo etc e tal. A indústria bélica, espacial e nuclear de Tio Sam iria deitar e rolar. Negócios e mais negócios, puxados pela indústria de guerra, bombearia a demanda dos setores industriais em tecnologia de ponta, nos Estados Unidos, como tem sido praxe a ação do imperialismo americano em todo o mundo, com consequente instalação de bases militares nos países sul-americanos, em meio a uma situação conjuntural revolucionária em ascensão. O poder imperial sempre agiu assim e assim continuará, mas há uma contradição aí.
Eleitorado latino nos EUA
Tio Sam tem que manter retórica democrática. Haverá eleição nos Estados Unidos, no próximo ano. Trump disputará segundo mandato. A economia americana está bombando, a estratégia nacionalista trumpista sustenta a mais baixa taxa de desemprego, nos últimos 50 anos, e a ordem, da Casa Branca é para o Banco Central manter a taxa de juros a mais baixa possível, na casa dos zero ou negativa. O negócio dos Estados Unidos são os negócios. Juros baixos bombeiam produção, emprego, renda, consumo, arrecadação e investimento, o silogismo capitalista. Os salários, nessa fase de pleno emprego, estão, relativamente, baixos, porque o titular da Casa Branca reduziu, fortemente, custos de contratação de mão de obra, de modo que a mais alta taxa de emprego corresponde ao mais baixo poder de compra dos assalariados, diante da farta oferta de mão de obra emigrada. E quem são esses emigrantes, que aceitam trabalhar por baixos salários? Os latinos, que votam na eleição presidencial americana. Se Trump se rende aos falcões e joga bombas na Venezuela, os latinos, nos Estados Unidos, certamente, não votarão nele. Ele vai jogar esses votos fora, sabendo que mais de 10% dos votos nos Estados Unidos são dos latinos? Fará isso para agradar Pompeo e Bulton, os brucutus do Pentágono? Poderá fazer isso depois, não, agora. A indústria de guerra não tem do que reclamar. Está de barriga cheia. Recebeu mais de 1,5 trilhão de dólares do orçamento/2019. Pode esperar, embora, sempre, peça mais e mais, bancando lobby guerreiro, no Congresso.
Nova realpolitik global
É aqui que entra o jogo da ambiguidade Trump-Putin-Jiping. Quanto mais Putin, apoiado, estrategicamente, pelos chineses, falar grosso, agora, em favor de Maduro, lançando ameaças contra Trump, mais ajuda o titular do poder americano, contribuindo para ele manter posição de diz que vai, mas não vai quebrar o pau em cima de Maduro. O poder atômico russo e americano se equivale. Ninguém vai jogar bomba um no outro, sabendo que pode ser bombardeado. Auto-destruiriam-se. O fato é que a entrada da Rússia/China, para valer, na América do Sul, protegendo Maduro contra Bolton e Pompeo, os animadores do fantoche Guaidó, ajuda, temporariamente, os propósitos eleitorais de Trump, que não quer saber, agora, de briga. Quer, sim, amealhar votos. Dessa forma Putin-Trump-Jiping faz o novo trio geopolítico global, na América do Sul. Aparentemente, de certa forma, põe-se fim à Doutrina Monroe, da América para os americanos – deixando Rússia e China entrar e fazer grandes negócios por aqui. Ademais, essa penetração sino-soviética, na América do Sul, revela nova realpolitik global, o novo poder internacional. O dólar de Tio Sam não é mais aquela Brastemp, para dar estabilidade internacional. Os BRICs, nos quais destacam China e Rússia, econômica e militaramente, fortes, demonstram a base de novo sistema monetário internacional, que vai se impondo no cenário mundial nesse século 21, dividindo, entre si, o mundo com seus respectivos satélites.
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