Brasil se aproximando dos 500 mil

Esse filme já sabemos como deverá terminar na prática, mas falta saber o que acontecerá com aquele responsável pelas mortes da história. Aquele que resolveu apostar em tratamento ineficaz e não pela vacina



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Aquele vexame internacional de que tanto o presidente gosta, cada vez mais não parece um filme como ‘Um Cão Andaluz’ de Luis Buñuel e Salvador Dalí, mas sim uma realidade trágica sem uma luz no fim do túnel. Cada vez mais vemos a confirmação da existência de um gabinete paralelo de assessoramento na saúde. Os puxadinhos são cada vez mais levados a título de ministério do que o próprio ministro. Talvez por isso Mourão esteja excluído das reuniões. Deve haver um gabinete de vice-presidência que assume esse papel.  Não podemos esquecer o gabinete do ódio, que fazia muito barulho até ser controlado pelos apoiadores dentro do planalto.

Mas as revelações da CPI sobre a atuação deste gabinete paralelo transformando Manaus em cobaia para testes com Cloroquina são aterradoras. Uma mistura de incompetência, ineficiência, bateção de cabeças, negacionismo e maldade. Nem a atuação de outros líderes de extrema-direita foi tão desumana como nesse caso e Nethaniau já o alertou Bolsonaro que a possibilidade de ser levado ao Tribunal Penal Internacional por crimes contra a Humanidade é real nesse momento. Os governadores e prefeitos que já foram bolsonaristas tentam faz algum tempo se deslocar da imagem do presidente, competindo que vacina mais. E nesse ponto, estão ganhando simpatia da população.

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Enquanto cada vez ficam mais evidente, que o Governo ignorou inúmeros contatos para compra de vacinas, mas respondeu e-mails sobre cloroquina em 15 minutos e até aos fins de semana, não podemos falar em escolhas ou apostas imediatas. Estamos falando de salvar vidas como prioridades e não aglomerar fazendo motociatas, ou recusar 70 milhões de doses de vacinas quando houve chance. Reconhecer a existência do gabinete paralelo, que tentou a todo custo empurrar milhões de doses de Cloroquina, que matou milhares de pessoas e não optou por vacinas é confissão do crime.

Miguel Nicolelis já tinha falado que em julho chegaríamos à marca de 500 mil mortos. Sem vacinação, poderemos ser o país número de óbitos no mundo. Os Estados Unidos, no período negacionista de Trump cresceu exponencialmente esse número. Com a promessa de Biden de vacinação em massa, imunizando 70% da população até a comemoração do 4 de julho, o número de mortos pode estacionar em 600 mil. Faço minha previsão de que podemos até ultrapassar esse número com variantes mais perigosas e sermos o número 1. Veja bem, cultivaremos variantes mais perigosas como a variante Andina trazida pela Copa América ou a Delta, e com possibilidades de intervenção internacional para conter essa explosão no mundo. E nessa, Bolsonaro não escapa.

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Uma rota possível para o Brasil e ver a rota do dinheiro. Assim como fazem para estancar o trabalho de traficantes. follow the money. A quem ganha com o tratamento da Cloroquina? Ela é eficaz apenas para quem está lucrando milhões. O Presidente do laboratório farmacêutico Apsen, Renato Spallicci, que é um apoiador de Bolsonaro desde antes da eleição de 2018, pode ser uma das chaves para elucidar essa questão. Lembramos que dois ministros médicos da saúde que se recusaram a prescrever a medicação foram demitidos para que fosse necessário um general pudesse fazer as honras de empurrar um tratamento ineficaz contra COVID goela abaixo dos brasileiros.

Esse filme já sabemos como deverá terminar na prática, mas falta saber o que acontecerá com aquele responsável pelas mortes da história. Aquele que resolveu apostar em tratamento ineficaz e não pela vacina. Aquele responsável mor que mora no palácio de vidro. E para os apoiadores, desejamos que não sejam como Forrest Gump, que atravessou a história sem saber o que aconteceu.

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