Brasil retorna para América Latina e o Caribe
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O Brasil começa de novo a se parecer com o Brasil. O novo governo anunciou nesta quinta-feira sua imediata incorporação à Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC), um dos principais blocos de debate político da região.
O Itamaraty comunicou aos países membros da CELAC "sua plena e imediata reinserção em todas as instâncias políticas e técnicas do mecanismo".
"O retorno do Brasil à Celac é um passo essencial para a recomposição de nosso patrimônio diplomático e a plena reintegração do país à comunidade internacional", diz a pasta ministerial.
Da mesma forma, as Relações Exteriores destacaram que é um “mecanismo privilegiado para a promoção do diálogo político, acordo regional e cooperação em temas como saúde, inclusão social, meio ambiente, segurança alimentar e energética”.
Com isso, o gabinete confirma a participação do presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, na VII Cúpula da CELAC, agradecendo ao seu homólogo argentino, Alberto Fernández, que, como presidente interino do fórum, o convidou.
Adesão será selado no próximo dia 24, em Buenos Aires, durante a VII Cúpula de Chefes de Estado e de Governo da Celac e primeira viagem internacional do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
Mas o que é a CELAC?
A Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC) foi criada em Caracas, República Bolivariana da Venezuela, no âmbito da III Cúpula da América Latina e do Caribe sobre Integração e Desenvolvimento (CALC) e da XXII Cúpula do Grupo do Rio, reuniram-se em 2 e 3 de dezembro de 2011. O ato de criação foi concretizado por meio da assinatura da Declaração de Caracas, pelos Chefes de Estado e de Governo da América Latina e do Caribe e na qual define a CELAC como um "mecanismo representativo para coordenação política, cooperação e integração dos Estados latino-americanos e caribenhos e como espaço comum que garante a unidade e a integração de nossa região".
Surge com o compromisso de avançar no gradual processo de integração da região, fazendo um sábio equilíbrio entre a unidade e a diversidade política, econômica, social e cultural dos 600 milhões de habitantes da América Latina e do Caribe.
Desde seu lançamento em dezembro de 2011, a CELAC tem contribuído para aprofundar o diálogo respeitoso entre todos os países da região, em temas como desenvolvimento social, educação, desarmamento nuclear, agricultura familiar, cultura, finanças, energia e meio ambiente.
Da mesma forma, a CELAC tem promovido que a América Latina e o Caribe se assumam como uma comunidade de nações, capaz de dialogar e buscar consensos sobre temas de interesse comum.
Por mandato dos Chefes de Estado e de Governo, a CELAC constitui a voz unificada da região em questões de consenso; É o único interlocutor que pode promover e projetar uma voz articulada da América Latina e do Caribe na discussão dos grandes temas globais, com o objetivo de buscar uma melhor inserção e projeção da região no cenário internacional.
Como mecanismo representativo da América Latina e do Caribe, a CELAC assume, entre suas atribuições, o diálogo da Comunidade com outros países e grupos regionais. Entre eles, o Diálogo da CELAC com a União Européia, o Fórum CELAC-China, o Mecanismo de Diálogo com a Federação Russa, bem como a aproximação com a República da Coreia, o Conselho de Cooperação dos Estados Árabes do Golfo, Turquia e Japão .
A CELAC busca complementar a arquitetura regional já existente com base na não duplicação de esforços, a fim de promover elementos comuns e promover a complementaridade.
A CELAC pode ser resumida da seguinte forma:
É um mecanismo de diálogo e pactuação política.
É um mecanismo articulador, que funciona com base no consenso.
É um fórum que avança na convergência de ações e interesses comuns.
É uma plataforma que facilita uma maior presença da nossa região no mundo.
É um espaço para enfrentar desafios comuns.
O Brasil retoma as relações bilaterais com seus estados irmãos da América Latina e o Caribe. O Brasil voltou a abraçar sua identidade latinoamericana, a querer ser Brasil.
Fontes: CELAC / Jornal La Nación.
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