Brasil reloading

"A tendência é que o PSDB encoste Michel Temer na parede com a agenda liberal, o que o colocará em xeque com os políticos e com o povo, criando condições até para uma substituição indireta de Temer por um tucano", prevê o colunista Leopoldo Vieira; "Assim, o cenário pós-Impeachment terá como centro a disputa do PSDB em torno das entregas ao mercado, que significa fazer o PMDB sucumbir na impopularidade e erosão de base parlamentar e municipal para servir de bucha de canhão dos tucanos"

"A tendência é que o PSDB encoste Michel Temer na parede com a agenda liberal, o que o colocará em xeque com os políticos e com o povo, criando condições até para uma substituição indireta de Temer por um tucano", prevê o colunista Leopoldo Vieira; "Assim, o cenário pós-Impeachment terá como centro a disputa do PSDB em torno das entregas ao mercado, que significa fazer o PMDB sucumbir na impopularidade e erosão de base parlamentar e municipal para servir de bucha de canhão dos tucanos"
"A tendência é que o PSDB encoste Michel Temer na parede com a agenda liberal, o que o colocará em xeque com os políticos e com o povo, criando condições até para uma substituição indireta de Temer por um tucano", prevê o colunista Leopoldo Vieira; "Assim, o cenário pós-Impeachment terá como centro a disputa do PSDB em torno das entregas ao mercado, que significa fazer o PMDB sucumbir na impopularidade e erosão de base parlamentar e municipal para servir de bucha de canhão dos tucanos" (Foto: Leopoldo Vieira)


✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.

O Impeachment foi aprovado pelo Senado Federal.

A partir deste 01 de agosto de 2016, a questão posta para a nova oposição é: os partidos e parlamentares que votaram contra o Impeachment se chamarão de "oposição"?

Oposição, neste caso, não é quem é contra um processo. É uma posição parlamentar, que tem líder, estrutura e vota em matérias apresentadas por um governo.

continua após o anúncio

Não reconhecer o governo significa não se relacionar em nenhum nível com ele. Parlamentares que renunciem, governos locais não recebam nem dirigentes do poder executivo da União e nem recursos dela oriundos, nem os constitucionais, já que a causa de tal posição seria a ruptura constitucional e institucional.

Caberá à esquerda institucional escolher se vai romper com a ordem, indo até um desconhecido desfecho na denúncia do golpe. Os riscos desta

continua após o anúncio

escolha são dois:

1) Pôr-se à margem do processo político real, reagrupando-se (e sofrendo as consequências disto) como a extrema-esquerda americana desde o Macartismo;

continua após o anúncio

2) Corroborar para a conquista (ou luta pela) hegemonia política das corporações como o MPF.

Agora, às variáveis a serem administradas por Michel Temer - mercado, políticos e povo - soma-se mais três: PSDB, PMDB e PT.

continua após o anúncio

A tendência é que o PSDB encoste Temer na parede com a agenda liberal, o que o colocará em xeque com os políticos e com o povo, criando condições até para uma substituição indireta de Michel Temer por um tucano.

Assim, o cenário pós-Impeachment terá como centro a disputa do PSDB em torno das entregas ao mercado, que significa fazer o PMDB sucumbir na impopularidade e erosão de base parlamentar e municipal para servir de bucha de canhão dos tucanos.

continua após o anúncio

E os sinais de que isso não será assim já foram emitidos.

O governo discute alternativas para retirar educação e saúde do teto de gastos e já as preservou na Lei de Diretrizes Orçamentárias deste ano. Além disso, aquiesceu que o arrocho salarial fosse retirado da negociação das dívidas estaduais.

continua após o anúncio

O governo anunciou que prepara um pacote de crédito voltado para as famílias de baixa renda beneficiárias dos programas Bolsa Família e Minha Casa Minha Vida. Antes, reajustou o primeiro em 12,5%.

Já fez a Câmara aprovar a renovação do programa Mais Médicos por três anos.

continua após o anúncio

Discute, em torno da Lei de Terras, que pretende destinar 10% das eventuais propriedades adquiridas por estrangeiros para a Reforma Agrária. Cabe registrar que, desde 2012, o Congresso discute a mudança nesta legislação, para deixar de ser exigido 51% de capital nacional para aquisição de propriedades por estrangeiros para registro no Brasil da empresa interessada. No caso, uma mudança formal de alhos para bugalhos que não foi questionada nem entre 2003 a 2010 e nem entre 2011 a 2016.

Na reforma política debatida no governo Temer, conforme veiculada nos jornais, não se aborda o retorno do financiamento empresarial e, ainda que traga a cláusula de barreira, propõe-se a possibilidade de federações partidárias para não alijar os partidos pequenos.

Desta feita, ainda que com todos os traumas da disputa política em torno do Impeachment, não é nenhum absurdo dizer que vai se consolidando um governo com perfil de centro. Todas estas medidas elencadas são um meio-termo entre posições de direita e esquerda. E pode não estar tão evidente, mas os recuos de Michel Temer, ainda na interinidade, ocorreram sobre temas capitaneados pelo PSDB e pelo ultra-conservadorismo, geralmente a partir de alguma mobilização social.

A escolha do PT sobre a relação com o governo será determinante para preservar uma agenda social e projetar seu futuro como alternativa de poder como oposição à agenda liberal tucana.

Evidentemente que isto colocaria Temer numa posição de protagonista-mediador da polarização PT X PSDB, mas o que é mais importante neste momento, sobretudo em relação ao legado do ex-presidente Lula? No Brasil de 2016, estará em jogo o apoio à preservação dos avanços sociais dos últimos 13 anos.

O oposto disso é ser o extremismo perfeito a ser carimbado como o "inimigo do Brasil", quando a sociedade, sobretudo os mais pobres e os trabalhadores anseiam por soluções para o emprego.

Não há "plebiscito" sobre o Impeachment na eleições municipais. PT, PMDB e até o PSDB estão coligados em mais de 1.600 municípios. Mas isso também é feito pelo PSOL. Segundo dados da justiça eleitoral são 61 coligações com o PT; 27 com o PMDB, 24 com o DEM e 21 com o PSDB. Isso faz com que a tônica das municipais sejam soluções para os problemas das cidades.

Goste-se ou não, será aberto um flanco para a disputa da agenda. De quem será o espólio da centro-esquerda?

iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

Este artigo não representa a opinião do Brasil 247 e é de responsabilidade do colunista.

Comentários

Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor, e não do 247

continua após o anúncio

Ao vivo na TV 247

Cortes 247