Brasil pode se tornar o Egito amanhã, viver uma convulsão social e acordar numa ditadura militar

Os últimos dias estão levando o Brasil para o território do imponderável e da falta total de seriedade com os destinos da democracia. E isso, infelizmente, pode levá-lo para um regime de força se a convulsão social, que já não parece tão distante, de fato vier a ocorrer

Os últimos dias estão levando o Brasil para o território do imponderável e da falta total de seriedade com os destinos da democracia. E isso, infelizmente, pode levá-lo para um regime de força se a convulsão social, que já não parece tão distante, de fato vier a ocorrer
Os últimos dias estão levando o Brasil para o território do imponderável e da falta total de seriedade com os destinos da democracia. E isso, infelizmente, pode levá-lo para um regime de força se a convulsão social, que já não parece tão distante, de fato vier a ocorrer (Foto: Renato Rovai)


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Os últimos dias estão levando o Brasil para o território do imponderável e da falta total de seriedade com os destinos da democracia. E isso, infelizmente, pode levá-lo para um regime de força se a convulsão social, que já não parece tão distante, de fato vier a ocorrer.

Mas vamos por partes para tratar do assunto, porque  ele não é nem o desejo e nem uma tentativa de profecia. Mas um receio que ganha força nas análises do blogueiro.

Em primeiro lugar, é preciso dizer que Renan Calheiros não merece o meu respeito.

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Entre outros motivos, porque aceitou fazer parte do teatro que levou Dilma a perder o seu mandato de forma ilegítima.

Mas isso não me fará aceitar a tese de que uma decisão monocrática de um ministro do STF possa afastar um presidente do Senado assim numa penada.

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Há de forma difusa um sentimento que tomou posse da burocracia judicial e que a fez crer que por ter o apoio da mídia, pode tudo.

O comportamento de promotores, procuradores e juízes em relação aos detentores de mandatos legislativos e executivos no Brasil inteiro beira à indecência. Vereadores e prefeitos têm sido detidos com algemas sem ter tido direito à defesa e nem tão pouco terem resistido à prisão.

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Não há mais qualquer respeito do judiciário pela classe política.

O tratamento é de mocinhos contra bandidos. Do bem contra o mal. De xerifes à caça de desordeiros que foram votados pela população.

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E a decisão de Marco Aurélio Melo só faz reforçar essa conduta.

A questão é que a crise econômica do país não vai se resolver com o suposto fim da corrupção. Até porque, em geral, nesses casos o que ocorre é a troca das moscas. O que atrai as moscas continua igual, com o mesmo cheiro e volume.

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E se a convulsão social vier, provavelmente esses segmentos que hoje dão as cartas não vão conseguir controlar o jogo.

Nesses momentos em que a rua sangra, só um setor costuma assumir o controle em países onde as democracias não são tão consistentes.

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No Egito, por exemplo, foram elas, as Forças Armadas. Aqui, elas certamente seriam convocadas pelas elites e por parte das ruas a botar ordem na casa.

Porque um golpe é assim. Ele não é. Ele vai sendo.

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E vai se construindo a partir de uma chama que às vezes vai se propagando para um lado, mas que só precisa de um assoprão para se bandear para o outro.

Como a quebra institucional contra Dilma foi uma ação mandrake, sem justificativa legal para ampará-la, o resultado não poderia ser outro.

O Brasil entrou num caminho onde alguns passaram a se achar mais fortes do que outros. Onde qualquer coisa passou a poder ser feita em nome de uma certa ordem.

Essa certa ordem que, repita-se, não resolverá a vida do cidadão comum.

E é aí que o bicho pega.

O que virá é um ajuste ultra-neoliberal. Que vai levar o povo às ruas, mas não de forma organizada e nem com bandeiras que se complementam. E isso pode gerar confrontos de rua hoje inimagináveis.

Se isso vier a acontecer, podem ter certeza, não serão aos guris do judiciário que caberá os destinos do país.

Alguns podem até se tornar burocratas importantes, mas a maior parte vai ter de voltar pra casa com o rabinho entre as pernas.

Como alguns que se dizem intelectuais e que ficam fazendo análise no Facebook como se tudo que está acontecendo não passasse de um jogo de videogame.

O buraco é bem mais em cima.

Evidente que isso não é um destino e que ainda existem caminhos para escapar disso, mas cada dia parece mais difícil.

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