Brasil pagará caro pela explosão do desmatamento na Amazônia
O presidente brasileiro já vem sendo criticado por todo o mundo porque, em vez de cuidar da Amazônia, tem é estimulado a expansão do agronegócio na região a qualquer custo, com mais ameaças à grande floresta, que já foi desmatada em mais de 20% nas últimas décadas, chegando a astronômicos 66 milhões de hectares,
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O desmatamento explodiu na Amazônia no mês de junho passado, quando foram colocados abaixo 92 mil hectares de árvores frondosas e centenárias, o que representou um aumento de nada menos que 88% em relação à devastação ocorrida no mesmo mês do ano passado na maior floresta tropical do mundo, considerada a maior riqueza do Brasil por ser essencial para o equilíbrio climático de todo o planeta.
A situação crítica do desmatamento amazônico ficou tão séria que, segundo dados consolidados pelo sistema Terra Brasilis, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), apenas no domingo passado foram desmatados mais de 15 mil hectares, equivalentes a quase 10% dos 152 mil hectares da área da cidade de São Paulo, a maior da América Latina.
A magnitude de tal crime ambiental pode custar muito caro ao Brasil, cujo presidente Jair Bolsonaro foi muito pressionado na semana passada, no Japão, pelos presidentes das maiores nações do mundo para que seu governo tome atitudes concretas em favor do combate ao crescente e grave devastação que está se dando na Amazônia.
O presidente brasileiro já vem sendo criticado por todo o mundo porque, em vez de cuidar da Amazônia, tem é estimulado a expansão do agronegócio na região a qualquer custo, com mais ameaças à grande floresta, que já foi desmatada em mais de 20% nas últimas décadas, chegando a astronômicos 66 milhões de hectares, equivalentes a uma área quatro vezes maior do que a do Acre do seringueiro Chico Mendes.
A forte cobrança dos líderes das maiores economias do mundo se dá, sobretudo, por parte dos chefes dos países da União Europeia, que em 25 de abril deste ano foram pressionados em carta assinada por 602 de seus maiores cientistas para que parem de comprar produtos do Brasil caso o país não cumpra com seus compromissos ambientais, não respeite os povos amazônicos guardiões da grande floresta e desrespeite os direitos humanos.
Na terça-feira desta semana, 02/06, o ministro francês do Meio Ambiente, François de Rugy, completando as preocupações ambientais transmitidas no Japão pelo presidente Emmanuel Macron diretamente a Bolsonaro, veio a público advertir que até o Acordo de Livre Comércio entre a União Europeia e os países do Mercosul corre o risco de não ser ratificado caso o Brasil não cumpra com seus compromissos contra o desmatamento na Amazônia assumidos em 2015 pelo maior país da América do Sul na ratificação do Acordo de Paris sobre o clima mundial.
A irresponsabilidade do Brasil com a sua grande floresta também ampliou o risco iminente da Noruega e da Alemanha deixarem de doar R$ 1,5 bilhão para o Fundo Amazônia continuar financiando a fiscalização contra o desmatamento e a execução de projetos que geram emprego e renda para suas populações extrativistas continuarem sendo os grandes guardiões da floresta, evitando mais devastação florestal na região.
A preciosa doação dos dois países pode ser suspensa porque o governo Bolsonaro simplesmente deixou de reconstituir o Comitê Orientador do Fundo Amazônia (Cofa), extinto na última sexta-feira, 28/06, por força do vencimento do prazo estipulado pelo decreto presidencial de número 9.759 para que todos os colegiados da administração pública federal fossem reformados.
Além dos grandes prejuízos externos, a falta de responsabilidade do Brasil com a preservação da Amazônia terá consequências muito mais graves internamente caso ela continue sendo varrida do mapa nacional, sem ninguém tomar providências. Trata-se de sua transformação numa imensa savana, que vai ocasionar a falta de chuvas no Centro-Oeste, Sudeste e Sul do país e nos demais países do Cone Sul que são abastecidos pela água gerada justamente da umidade que emana da gigantesca floresta brasileira.
Os incalculáveis prejuízos internos do país serão reforçados, ainda, pelas imensas perdas que o país terá sem a riqueza dos fármacos, das essências florestais, dos cosméticos, das deliciosas frutas tropicais, do ecoturismo, da água e de muitos outros ativos ambientais contidos na maior, mais rica e mais bonita floresta tropical do planeta.
Só as reservas de água doce existentes no subsolo da Amazônia, que também se extinguiriam com o avanço do desmatamento, representam hoje uma riqueza estimada na casa dos US$ 2 quatrilhões, valor equivalente a 100 vezes o Produto Interno Bruto (PIB) de US$ 20,6 trilhões alcançados pelos Estados Unidos em 2018 e a 1.126 vezes o PIB de US$ 1,78 trilhões conquistado pelo Brasil no mesmo ano, segundo dados revelados pelo economista Osiris Silva, consultor de empresas e ex-secretário de Fazenda do Governo do Amazonas.
Em resumo, deixar o desmatamento da Amazônia explodir, como ocorreu em junho passado, é passar o atestado de que estamos mesmo no caminho sem volta para agravar ainda mais os problemas nacionais, comprometendo o futuro de uma nação que tinha tudo para crescer econômica e socialmente pela incalculável magnitude de suas riquezas naturais.
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