Brasil já é um protetorado norte-americano
A notícia de que o governo Temer acaba de fechar um acordo de cooperação militar com o Pentágono, obviamente importante, foi tratada com estranho desinteresse pela imprensa brasileira. É fácil imaginar um acordo “tecnológico” entre Brasil e EUA. O Brasil abre todos os seus segredos aos americanos, em troca de miçanguinhas tecnológicas
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A notícia de que o governo Temer acaba de fechar um acordo de cooperação militar com o Pentágono, obviamente importante, foi tratada com estranho desinteresse pela imprensa brasileira. Só encontrei uma nota, que reproduzo ao final do post, na revista Exame, inteiramente chupada da Agência Brasil.
A Bloomberg americana deu uma nota, trazendo algumas informações adicionais. O secretário nacional de Produtos de Defesa, Flavio Basilia, informa, por exemplo, que outros “dois acordos militares estão sendo discutidos, e podem pavimentar o caminho para o uso, pelos Estados Unidos, da base de lançamento de foguetes de Alcântara”. A Bloomberg fala ainda que o acordo é um sinal de “virada” da política externa do Brasil.
É fácil imaginar um acordo “tecnológico” entre Brasil e EUA. O Brasil abre todos os seus segredos aos americanos, em troca de miçanguinhas tecnológicas. A indisposição do Pentágono em partilhar qualquer segredo tecnológico é amplamente conhecida de qualquer especialista militar.
Numa outra frente de dominação colonial sobre o Brasil, o governo Trump, cuja administração foi inteiramente tomada por lobistas de empreiteiras americanas, agora tem funcionários dentro da Odebrecht e outro na Embraer, exercendo funções de “monitoramento” e “controle”.
A Lava Jato, por sua vez, ajudou executivos de empreiteiras brasileiras e ex-funcionários da Petrobrás, acusados de corrupção, a fecharem acordos de delação premiada com o governo americano. O alto escalão da Procuradoria Geral da República andou viajando para os Estados Unidos, com dinheiro do contribuinte brasileiro, para entregar informações sensíveis da Petrobrás e de empresas brasileiras, a autoridades do Departamento de Justiça do governo americano.
As autoridades brasileiras cumpriam um “acordo” informal, não discutido pelo congresso nem autorizado pelo ministério da Justiça (ilegais, portanto), no qual o Brasil entregava segredos de suas empresas e os EUA entregavam… nada.
Existe uma expressão chula para designar esse tipo de acordo…
Em qualquer outro país do mundo, os responsáveis pela Lava Jato já teriam sido presos há muito tempo, por conspiração, traição, crime de lesa-pátria, espionagem para potência estrangeira.
É tudo muito grotesco, porque, enquanto o governo americano controla todos esses acordos, segundo seus interesses políticos e econômicos, os representantes brasileiros são membros do Ministério Público Federal, sem nenhum compromisso com os interesses políticos e econômicos do Brasil.
A operação “Carne Fraca”, liderada pelo mesmo núcleo da PF responsável pela Lava Jato, fez as exportações brasileiras de carne desabarem, e abriu espaço para os frigoríficos norte-americanos, inclusive no mercado brasileiro. Os primeiros lotes de carnes norte-americanas começaram a chegar ao Brasil nas últimas semanas. Ao que parece, o Tio Sam não quer concorrência no mercado mundial de carne. O Brasil, cuja indústria sempre foi boicotada pelo imperialismo, também não poderá se tornar grande player da agroindústria: deve restringir suas ambições a exportar minério de ferro e soja em grão. Ao contrário do ferro e da soja, a carne tem um preço agregado muito alto, e, portanto, é importante para a balança comercial norte-americana.
Os acordos com o Brics e a China, que poderiam trazer dezenas de bilhões de dólares para o nosso país, em forma de obras de infra-estrutura, foram todos paralisados.
Os EUA não oferecem um dólar para o Brasil investir em infra-estrutura, ao passo que a China esteve aqui, há dois anos, nos oferecendo mais de 60 bilhões de dólares para construírmos a ferrovia transoceânica, ligando o Atlântico ao Pacífico, e que resultaria na geração de milhões de empregos no Brasil, e dinamização de nossas exportações. A mídia brasileira sabotou o tema, e o governo Dilma, paralisado e amordaçado pela Lava Jato, não conseguiu levar o acordo adiante.
O Almirante Othon Ribeiro, que inventou a nossa centrífuga nuclear, um modelo revolucionário de baixo custo, foi condenado pela sub-Lava Jato fluminense a 43 anos de prisão. A Aeronáutica prepara uma cerimônia de humilhação, na qual ele terá sua patente retirada e pisoteada por outro oficial, em público, diante de centenas de militares.
Ao mesmo tempo, Luciano Huck, que nunca fez nada pela defesa nacional, ganhou em 2013 uma medalha da Aeronática, e, em abril deste ano, irá receber a Medalha de Ordem do Mérito Militar, a maior comenda do Exército brasileiro.
Que país é esse que tortura e encarcera o militar que mais contribuiu para o país, o nosso maior heroi, e enche de medalhas um apresentador fútil e milionário?
Não é um país, é uma colônia subserviente, vítima de um golpe de Estado, o maior protetorado que os EUA já sonhou em possuir.
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Brasil e EUA firmam convênio para desenvolver projetos de Defesa
O acordo permitirá que os países desenvolvam projetos tecnológicos em parceria na área, dinamizando a cooperação bilateral
Na Agência Brasil (reproduzido na Exame)
Após mais de seis anos de negociações e ajustes, o Ministério da Defesa do Brasil e o Departamento de Defesa dos Estados Unidos concluíram ontem (22) a assinatura de um convênio para a troca de informações em pesquisa e desenvolvimento no setor.
O acordo permitirá aos dois países desenvolverem projetos tecnológicos em parceria na área da defesa, dinamizando a cooperação bilateral.
Segundo o secretário nacional de Produtos de Defesa, Flávio Augusto Basílio, o convênio é um importante passo para reaproximar Brasil e EUA.
“Esse acordo é um marco institucional importante, pois abre a possibilidade dos dois países voltarem a cooperar nas áreas de ciência e tecnologia, de forma a termos um produto binacional. Sem essa formalização, os norte-americanos não trocariam informações ou cooperação técnica. Com o acordo, os Estados Unidos estão afirmando que o Brasil é parceiro estratégico e que a relação Brasil-EUA será de desenvolvimento conjunto, e não só de compra e venda”, afirmou o secretário a Agência Brasil.
Longa negociação
O chamado Acordo Mestre de Troca de Informações (Miea, na sigla em inglês) é fruto de longo período de negociações entre as autoridades militares dos dois países – que já haviam acertado dois acordos bilaterais nas áreas de defesa e de proteção de informações militares sigilosas.
As negociações ficaram travadas em 2013, depois que o ex-analista de sistemas da Agência Nacional de Segurança dos EUA, Edward Snowden, revelar que os Estados Unidos espionavam líderes políticos e empresariais em diversos países, inclusive no Brasil. Onde, segundo ele, até e-mails da ex-presidente Dilma Rousseff teriam sido monitorados.
Em julho de 2015, no entanto, o Congresso brasileiro promulgou o Acordo Bilateral sobre Cooperação em Matéria de Defesa e o Acordo Sobre Proteção de Informações Militares Sigilosas, que o Miea vem chancelar.
O primeiro acordo prevê a realização de treinamentos conjuntos, cursos e estágios, além de facilitar as negociações comerciais de equipamentos e armamentos.
Já o segundo cria um quadro jurídico para a troca de informações militares sigilosas de maneira segura, evitando o repasse de informações confidenciais para terceiros.
Conforme com o secretário Basílio, o convênio assinado ontem efetiva os dois acordos anteriores e pode resultar no desenvolvimento de equipamentos aeronáuticos, navais e outros, além da parceria para pesquisa básica.
“Guarda-chuva”
“O acordo abre como que um guarda-chuva que nos permite identificar os nichos, os setores e os produtos. Sem este marco institucional, não haveria nenhuma conversa neste sentido”, acrescentou Basílio, explicando que questões como o treinamento de pessoal e o intercâmbio de engenheiros dos dois países ainda serão mais detalhadas em novos acordos que serão assinados em breve.
“Ainda faltam alguns acordos para chegarmos ao objetivo final, que é o desenvolvimento de um produto binacional. Precisamos criar uma base sólida para darmos esse passo. A troca de informações já acordada é um passo significativo para o campo da cooperação científica e tecnológica”, concluiu o secretário, ponderando que o Brasil só tem a ganhar com o estreitamento do contato com os Estados Unidos.
Em outubro de 2016, após se reunir com o ministro da Defesa, Raul Jungmann, durante a Conferência dos Ministros da Defesa das Américas, o então secretário de Defesa norte-americano, Ash Carter, manifestou seu apoio às propostas de cooperação entre o Brasil e os EUA.
Na ocasião, Carter elogiou as contribuições do Brasil para as operações de manutenção da paz na África e em várias partes do mundo, como o Haiti, e conversou com Jungmann sobre as formas com que os Estados Unidos e o Brasil podem colaborar em questões regionais.
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