Brasil já é um protetorado norte-americano

A notícia de que o governo Temer acaba de fechar um acordo de cooperação militar com o Pentágono, obviamente importante, foi tratada com estranho desinteresse pela imprensa brasileira. É fácil imaginar um acordo “tecnológico” entre Brasil e EUA. O Brasil abre todos os seus segredos aos americanos, em troca de miçanguinhas tecnológicas

Trump assina decreto no Pentágono 27/1/2017 REUTERS/Carlos Barria
Trump assina decreto no Pentágono 27/1/2017 REUTERS/Carlos Barria (Foto: Miguel do Rosário)


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A notícia de que o governo Temer acaba de fechar um acordo de cooperação militar com o Pentágono, obviamente importante, foi tratada com estranho desinteresse pela imprensa brasileira. Só encontrei uma nota, que reproduzo ao final do post, na revista Exame, inteiramente chupada da Agência Brasil.

A Bloomberg americana deu uma nota, trazendo algumas informações adicionais. O secretário nacional de Produtos de Defesa, Flavio Basilia, informa, por exemplo, que outros “dois acordos militares estão sendo discutidos, e podem pavimentar o caminho para o uso, pelos Estados Unidos, da base de lançamento de foguetes de Alcântara”. A Bloomberg fala ainda que o acordo é um sinal de “virada” da política externa do Brasil.

É fácil imaginar um acordo “tecnológico” entre Brasil e EUA. O Brasil abre todos os seus segredos aos americanos, em troca de miçanguinhas tecnológicas. A indisposição do Pentágono em partilhar qualquer segredo tecnológico é amplamente conhecida de qualquer especialista militar.

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Numa outra frente de dominação colonial sobre o Brasil, o governo Trump, cuja administração foi inteiramente tomada por lobistas de empreiteiras americanas, agora tem funcionários dentro da Odebrecht e outro na Embraer, exercendo funções de “monitoramento” e “controle”.

A Lava Jato, por sua vez, ajudou executivos de empreiteiras brasileiras e ex-funcionários da Petrobrás, acusados de corrupção, a fecharem acordos de delação premiada com o governo americano. O alto escalão da Procuradoria Geral da República andou viajando para os Estados Unidos, com dinheiro do contribuinte brasileiro, para entregar informações sensíveis da Petrobrás e de empresas brasileiras, a autoridades do Departamento de Justiça do governo americano.

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As autoridades brasileiras cumpriam um “acordo” informal, não discutido pelo congresso nem autorizado pelo ministério da Justiça (ilegais, portanto), no qual o Brasil entregava segredos de suas empresas e os EUA entregavam… nada.

Existe uma expressão chula para designar esse tipo de acordo…

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Em qualquer outro país do mundo, os responsáveis pela Lava Jato já teriam sido presos há muito tempo, por conspiração, traição, crime de lesa-pátria, espionagem para potência estrangeira.

É tudo muito grotesco, porque, enquanto o governo americano controla todos esses acordos, segundo seus interesses políticos e econômicos, os representantes brasileiros são membros do Ministério Público Federal, sem nenhum compromisso com os interesses políticos e econômicos do Brasil.

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A operação “Carne Fraca”, liderada pelo mesmo núcleo da PF responsável pela Lava Jato, fez as exportações brasileiras de carne desabarem, e abriu espaço para os frigoríficos norte-americanos, inclusive no mercado brasileiro. Os primeiros lotes de carnes norte-americanas começaram a chegar ao Brasil nas últimas semanas. Ao que parece, o Tio Sam não quer concorrência no mercado mundial de carne. O Brasil, cuja indústria sempre foi boicotada pelo imperialismo, também não poderá se tornar grande player da agroindústria: deve restringir suas ambições a exportar minério de ferro e soja em grão. Ao contrário do ferro e da soja, a carne tem um preço agregado muito alto, e, portanto, é importante para a balança comercial norte-americana.

Os acordos com o Brics e a China, que poderiam trazer dezenas de bilhões de dólares para o nosso país, em forma de obras de infra-estrutura, foram todos paralisados.

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Os EUA não oferecem um dólar para o Brasil investir em infra-estrutura, ao passo que a China esteve aqui, há dois anos, nos oferecendo mais de 60 bilhões de dólares para construírmos a ferrovia  transoceânica, ligando o Atlântico ao Pacífico, e que resultaria na geração de milhões de empregos no Brasil, e dinamização de nossas exportações. A mídia brasileira sabotou o tema, e o governo Dilma, paralisado e amordaçado pela Lava Jato, não conseguiu levar o acordo adiante.

O Almirante Othon Ribeiro, que inventou a nossa centrífuga nuclear, um modelo revolucionário de baixo custo, foi condenado pela sub-Lava Jato fluminense a 43 anos de prisão. A Aeronáutica prepara uma cerimônia de humilhação, na qual ele terá sua patente retirada e pisoteada por outro oficial, em público, diante de centenas de militares.

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Ao mesmo tempo, Luciano Huck, que nunca fez nada pela defesa nacional, ganhou em 2013 uma medalha da Aeronática, e, em abril deste ano, irá receber a Medalha de Ordem do Mérito Militar, a maior comenda do Exército brasileiro.

Que país é esse que tortura e encarcera o militar que mais contribuiu para o país, o nosso maior heroi, e enche de medalhas um apresentador fútil e milionário?

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Não é um país, é uma colônia subserviente, vítima de um golpe de Estado, o maior protetorado que os EUA já sonhou em possuir.

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Brasil e EUA firmam convênio para desenvolver projetos de Defesa

O acordo permitirá que os países desenvolvam projetos tecnológicos em parceria na área, dinamizando a cooperação bilateral

Na Agência Brasil (reproduzido na Exame)

Após mais de seis anos de negociações e ajustes, o Ministério da Defesa do Brasil e o Departamento de Defesa dos Estados Unidos concluíram ontem (22) a assinatura de um convênio para a troca de informações em pesquisa e desenvolvimento no setor.

O acordo permitirá aos dois países desenvolverem projetos tecnológicos em parceria na área da defesa, dinamizando a cooperação bilateral.

Segundo o secretário nacional de Produtos de Defesa, Flávio Augusto Basílio, o convênio é um importante passo para reaproximar Brasil e EUA.

“Esse acordo é um marco institucional importante, pois abre a possibilidade dos dois países voltarem a cooperar nas áreas de ciência e tecnologia, de forma a termos um produto binacional. Sem essa formalização, os norte-americanos não trocariam informações ou cooperação técnica. Com o acordo, os Estados Unidos estão afirmando que o Brasil é parceiro estratégico e que a relação Brasil-EUA será de desenvolvimento conjunto, e não só de compra e venda”, afirmou o secretário a Agência Brasil.

Longa negociação

O chamado Acordo Mestre de Troca de Informações (Miea, na sigla em inglês) é fruto de longo período de negociações entre as autoridades militares dos dois países – que já haviam acertado dois acordos bilaterais nas áreas de defesa e de proteção de informações militares sigilosas.

As negociações ficaram travadas em 2013, depois que o ex-analista de sistemas da Agência Nacional de Segurança dos EUA, Edward Snowden, revelar que os Estados Unidos espionavam líderes políticos e empresariais em diversos países, inclusive no Brasil. Onde, segundo ele, até e-mails da ex-presidente Dilma Rousseff teriam sido monitorados.

Em julho de 2015, no entanto, o Congresso brasileiro promulgou o Acordo Bilateral sobre Cooperação em Matéria de Defesa e o Acordo Sobre Proteção de Informações Militares Sigilosas, que o Miea vem chancelar.

O primeiro acordo prevê a realização de treinamentos conjuntos, cursos e estágios, além de facilitar as negociações comerciais de equipamentos e armamentos.

Já o segundo cria um quadro jurídico para a troca de informações militares sigilosas de maneira segura, evitando o repasse de informações confidenciais para terceiros.

Conforme com o secretário Basílio, o convênio assinado ontem efetiva os dois acordos anteriores e pode resultar no desenvolvimento de equipamentos aeronáuticos, navais e outros, além da parceria para pesquisa básica.

“Guarda-chuva”

“O acordo abre como que um guarda-chuva que nos permite identificar os nichos, os setores e os produtos. Sem este marco institucional, não haveria nenhuma conversa neste sentido”, acrescentou Basílio, explicando que questões como o treinamento de pessoal e o intercâmbio de engenheiros dos dois países ainda serão mais detalhadas em novos acordos que serão assinados em breve.

“Ainda faltam alguns acordos para chegarmos ao objetivo final, que é o desenvolvimento de um produto binacional. Precisamos criar uma base sólida para darmos esse passo. A troca de informações já acordada é um passo significativo para o campo da cooperação científica e tecnológica”, concluiu o secretário, ponderando que o Brasil só tem a ganhar com o estreitamento do contato com os Estados Unidos.

Em outubro de 2016, após se reunir com o ministro da Defesa, Raul Jungmann, durante a Conferência dos Ministros da Defesa das Américas, o então secretário de Defesa norte-americano, Ash Carter, manifestou seu apoio às propostas de cooperação entre o Brasil e os EUA.

Na ocasião, Carter elogiou as contribuições do Brasil para as operações de manutenção da paz na África e em várias partes do mundo, como o Haiti, e conversou com Jungmann sobre as formas com que os Estados Unidos e o Brasil podem colaborar em questões regionais.

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