Brasil fica nu em Frankfurt

Luiz Ruffato, em Frankfurt, põe o dedo em algumas das nossas feridas



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Você já leu algum livro de um sujeito chamado Luiz Ruffato? Não? Nunca? Já ouviu pelo menos falar de Luiz Ruffato? Sabe quem é? O que ele faz?

Não se envergonhe. Eu também nunca li um livro desse cidadão. Sabia pelo menos que era um escritor, talvez cronista em algum jornal. A partir de agora vou tentar conhecê-lo melhor.

Hoje, aquela pequena porção de brasileiros que se interessa por literatura – e quem se interessa por livros quase sempre também é ligado em política – está sabendo que o escritor Luis Ruffato, um dos convidados para falar na maior feira de livros do mundo, a maior do mundo, onde o Brasil era homenageado, desnudou nosso país dos pés à cabeça.

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Começou com uma pergunta.

Indagou do auditório, onde pululavam escritores (só do Brasil foram convidados 40) e donos de editoras, algumas delas multinacionais: "Vocês sabem o que significa ser escritor num país situado na periferia do mundo, um lugar onde o termo capitalismo selvagem não é uma metáfora?

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Diante do silêncio da platéia, passou a falar das nossas vergonhosas, abomináveis, lamentáveis mazelas, que vêm das origens. Um povo nascido do genocídio e do estupro. Primeiro, do português com a índia. Depois com a escrava.

Em seguida Ruffato avançou em estatísticas que mostram a nossa chocante desigualdade social do Brasil. Falou da cotidiana convivência com a violência, que se expressa de inúmeras maneiras.

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Enfim, fez um retrato impiedoso do país. Admitiu que em alguns aspectos, melhoramos. Mas muito pouco.

Luiz Ruffato foi aplaudido. A enviada especial do Estadão, Maria Fernanda Rodrigues, registra que muitas pessoas ficaram de pé durante o longo minuto que se seguiu à fala de Ruffato.

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Ela não comenta, mas eu imagino o constrangimento a que se submeteram duas autoridades presentes, o vice Michel Temer (que chegou a receber algumas vaias quando dircursou) e a nossa Ministra da Cultura, Marta Suplicy.

Ah...sim, quase me esquecia de mencionar um detalhe que não deixa de ter alguma importância.

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Durante minuto em que Luiz Ruffato era aplaudido, em meio ao entusiasmo contagiante, uma voz brasileiríssima tentava se fazer ouvir. Levantou-se, gritando: "parem... não tem que aplaudir.

Era Ziraldo, que de maluquinho não tem nada. Afinal ele não perde uma boca livre deste governo.

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