Brasil às vésperas de um banho de gasolina

O negacionismo da razão é a marca dessa horda que transformou a vida brasileira numa festa estranha, de gente esquisita, para plagiar a canção

(Foto: Reprodução)


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Gilvandro Filho

Seria somente uma cena patética, protagonizada por mais uma ridícula personagem bolsonariana. O vídeo que hoje viraliza na internet, um sujeito chega em um posto de gasolina, retira a mangueira que abastecia o próprio carro e começa a “lavar” o veículo enquanto grita loas em defesa do seu “mito” e do preço da gasolina que, graças ao presidente, estaria baixo.

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“Enche essa po...!  A gasolina baixou! É Bolsonaro”, repetia o celerado que, caso não seja uma brincadeira de mau gosto com gasolina falsa, é um eleitor típico do atual e eventual ocupante do Palácio do Planalto. “Deixa derramar, Bora lavar o carro, o pneu...”, gralhava o debilóide para o espanto de alguns, a revolta de muitos e o aplaudo de outros, por incrível que pareça.

No terceiro grupo, dos que acharam a cena linda e engraçada, os bolsonaristas, em sua maioria. Segundo o site Terra Brasil, o ministro de Minas e Energia, Adolpho Sachsida, foi ao Twitter demonstrar seu gáudio com a performance. “Bom demais ver a alegria dos brasileiros com a queda no preço da gasolina”, bravateou o auxiliar presidencial, num misto de ignorância e deboche. “Deixo meu abraço a esse brasileiro que não conheço mas que alegrou meu dia com sua alegria e bom humor”, salientou o ministro (Calma, corretor! O português tosco e a ausência de pontuação é tudo dele).

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As duas situações são igualmente graves. A do idiota que pôs em risco ele próprio e todos em volta, além do posto. Devia ser preso por tentativa de homicídio. E, pior ainda, a do sujeito que gere o setor de Minas e Energia que deve ter sido alertado por algum assessor menos desvairado e, segundo o site, tirou a sandice do ar meia hora depois.

A atitude do bolsonarista pode até revoltar, mas não surpreende. O negacionismo da razão é a marca dessa horda que transformou a vida brasileira numa festa estranha, de gente esquisita, para plagiar a canção. É um povo sem noção, sem o mínimo de inteligência e de caráter. Gente sem educação, o que talvez explique a ojeriza do governo deles por Educação e Cultura, dois setores que, se o presidente pudesse, eram banidos da vida nacional.

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O banho de gasolina é o retrato da semana do bolsonarismo e um alerta do que virá por aí, neste possivelmente conturbado período eleitoral que por aí vem. Tempo de insanidades como interromper um ato público de um candidato rival com coquetéis molotov e bombas de fezes e urina. Tempo de um malta armada, graças ao escancaramento que o governo promoveu para que todos os seus pudessem comprar armas, inclusive pesadas.

O rumo dessa prosa é previsível e está cheirando a coisa ruim, a crime, a atentado contra concorrente a cargo eletivo. Com o alvo do lado da oposição. Agora, um atentado de verdade.

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