Boulos tem que pescar votos no eleitorado conservador

"Precisa conquistar mais eleitores de Russomanno e de Márcio França, além de reverter para si votos brancos, nulos e abstenções. Contar com eleitores de Joice e Arthur do Val é ilusão. Matarazzo tem pouquíssimo a acrescentar", escreve Alex Solnik, do Jornalistas pela Democracia

Guilherme Boulos
Guilherme Boulos (Foto: Divulgação (Facebook))


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Por Alex Solnik, do Jornalistas pela Democracia

A principal diferença entre o primeiro turno e o segundo é que no primeiro o candidato tem que conquistar os votos dos seus simpatizantes; no segundo, tem que conquistar os votos dos simpatizantes dos adversários que não foram ao segundo turno.

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No caso de São Paulo, o primeiro turno fechou com Covas, 32%, em primeiro e Boulos, 20%, em segundo. Nas pesquisas Datafolha e Ibope do segundo turno mais recentes, a diferença entre eles, nos votos válidos, está em 16 pontos percentuais a favor de Covas: 58% a 42%.

Estão em disputa no segundo turno os votos dos eleitores de Márcio França (13%), Russomanno (10%), Arthur do Val (10%), Tatto (8%), Joice (1,8%), Matarazzo (1,5%), Marina Helou (1,4%) e Orlando Silva (0,23%).

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A soma de todos os votos dos candidatos do campo de Boulos, que provavelmente irão para ele no segundo turno – Tatto, Marina e Orlando Silva – acrescenta menos de 10%, o que é insuficiente para vencer a eleição.

Os eleitores de França dividem-se igualmente entre Covas e Boulos, mostra o Datafolha, o que acrescentaria mais 6,5 pontos percentuais a Boulos. Ainda assim ele não ganha.

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Está claro, portanto, que os votos da esquerda ele já tem. Precisa atrair votos conservadores para vencer Covas. Não há outro caminho.

Parte dos votos de Russomano – 27% - Boulos terá, segundo o Datafolha, o que soma uns 2% para ele.

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Ainda é pouco.

Precisa conquistar mais eleitores de Russomanno e de Márcio França, além de reverter para si votos brancos, nulos e abstenções. Contar com eleitores de Joice e Arthur do Val é ilusão. Matarazzo tem pouquíssimo a acrescentar.

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A questão é: como atrair esses votos?

É de pouca serventia, ou mesmo nenhuma, bater no adversário, sobretudo no segundo turno. O erro mais comum cometido por quem está em desvantagem. O eleitor não vota em quem ataca; pode, no máximo, desistir de votar em quem é atacado, anulando seu voto ou votando em branco ou se abstendo. Todas essas situações favorecem quem está na frente: quanto menos votos válidos, menos votos ele precisa para chegar aos 50% mais um.

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O tiro acaba saindo pela culatra.

Partidos de esquerda europeus têm empregado, com sucesso, outra tática: atraem o eleitorado conservador incluindo em seu programa pautas abraçadas por ele.

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Um dia o Brasil chega lá.

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