Boulos prefere perder para presidente do que ganhar para deputado

"Com potencial para se eleger com milhões de votos para a Câmara Federal, onde poderia atuar de forma incisiva a favor dos trabalhadores sem-teto, prefere embarcar numa candidatura presidencial por um partido sem capilaridade nacional, sem militância expressiva, sem espaço na propaganda gratuita na TV e sem força na Câmara, numa campanha com quatro candidatos só na esquerda, na qual sabe que não entra para ganhar", avalia o colunista do 247 Alex Solnik sobre a candidatura presidencial de Guilherme Boulos; "Ou seja, prefere perder para presidente do que ganhar para deputado"

"Com potencial para se eleger com milhões de votos para a Câmara Federal, onde poderia atuar de forma incisiva a favor dos trabalhadores sem-teto, prefere embarcar numa candidatura presidencial por um partido sem capilaridade nacional, sem militância expressiva, sem espaço na propaganda gratuita na TV e sem força na Câmara, numa campanha com quatro candidatos só na esquerda, na qual sabe que não entra para ganhar", avalia o colunista do 247 Alex Solnik sobre a candidatura presidencial de Guilherme Boulos; "Ou seja, prefere perder para presidente do que ganhar para deputado"
"Com potencial para se eleger com milhões de votos para a Câmara Federal, onde poderia atuar de forma incisiva a favor dos trabalhadores sem-teto, prefere embarcar numa candidatura presidencial por um partido sem capilaridade nacional, sem militância expressiva, sem espaço na propaganda gratuita na TV e sem força na Câmara, numa campanha com quatro candidatos só na esquerda, na qual sabe que não entra para ganhar", avalia o colunista do 247 Alex Solnik sobre a candidatura presidencial de Guilherme Boulos; "Ou seja, prefere perder para presidente do que ganhar para deputado" (Foto: Alex Solnik)


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   Ocorre um fenômeno curioso na esquerda brasileira.

   Há consenso de que o calcanhar de Aquiles dos partidos que se alinham nesse campo são as eleições para deputado federal.

   A Câmara Federal é um reduto dos partidos conservadores desde dom Pedro II.

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   Um presidente de esquerda, para conseguir governar, tem que fazer acordo com esses partidos porque a bancada de esquerda é insuficiente.

   E é claro que isso resulta num choque de agendas e na impossibilidade de o presidente eleito cumprir o que prometeu na campanha e, em consequência, ele passa a ser alvo até da esquerda.

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   Há consenso de que Dilma foi derrubada porque a correlação de forças na Câmara lhe era desfavorável. Quando se dá algum desastre como esse, a conclusão é uma só na esquerda: toda força à eleição à Câmara. No entanto, essa palavra de ordem não se transforma em realidade.

   Até mesmo Lula, que este ano novamente preconiza a necessidade de eleger uma grande bancada federal não colocou seu pensamento em prática em duas ocasiões.

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   Em 2010, impedido de se reeleger, poderia ter se eleito deputado federal com a maior votação da história e então comandar a liderança do governo Dilma. E repetir o feito em 2014. É bem possível supor que, se estivesse ele na Câmara, Dilma estaria governando até hoje.

   Além do que, ao ficar sem mandato de deputado ele perdeu o direito ao foro especial que o livraria das garras da República de Curitiba. E sua candidatura a presidente neste ano não seria contestada. Muito menos cogitada a sua prisão.

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   Boulos vai pelo mesmo caminho.

   Com potencial para se eleger com milhões de votos para a Câmara Federal, onde poderia atuar de forma incisiva a favor dos trabalhadores sem-teto, prefere embarcar numa candidatura presidencial por um partido sem capilaridade nacional, sem militância expressiva, sem espaço na propaganda gratuita na TV e sem força na Câmara, numa campanha com quatro candidatos só na esquerda, na qual sabe que não entra para ganhar.       

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   Ou seja, prefere perder para presidente do que ganhar para deputado.

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