Bota o retrato do velho outra vez e deixa o velho trabalhar

Como Getúlio, Lula tem competência, experiência, o saber e o talento para, nesses 4 anos, que poderão ser 8, fazer o Brasil grande de novo, sem entreguistas

Getúlio e Lula
Getúlio e Lula (Foto: Presidência da República)


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O Brasil era como um vaso cobiçado por todos, obra de arte de estilo eclético, como são os prédios de Gaudí, misturando cerâmica Marajoara, o barro de Vitalino, a azulejaria do Maranhão, cerâmica pernambucana de Brennand, oleiros do Vale do Jequitinhonha, louças Ming dos grandes salões cariocas e paulistas, porcelanas Meissen dos descendentes de alemães do Sul. 

Um vaso ornado com ouro, ferro, estanho e nióbio das Minas Gerais. Peça única, sem preço, inquebrantável. 

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 “Inquebrantável” é palavra perigosa. Ela abre o Hino do PTB da Democratização de 1945, pós Era Vargas, que iniciou o Período da Quarta República Brasileira e desembocou em 1964 com a ditadura.  

Inquebrantável também foi o termo usado por Aécio Neves em seu primeiro discurso após a derrota nas eleições presidenciais de 2014, quando o senador prometeu fazer oposição “inquebrantável” ao governo de Dilma Rousseff, afirmando que com isso respeitava a vontade de todos os eleitores e acusando a disputa de desigual, de “uso despudorado do aparato estatal, má-fé às raias do impensável, incutindo medo entre os humildes, manipulando o sentimento de milhares”.

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“Vamos fiscalizar, cobrar, denunciar”, Aécio prometeu. E deu no que deu, com Cunha, Temer, a farsa das pedaladas fiscais, financiada pelo tucanato de Aécio, o golpe em Dilma com STF com tudo, a Lava Jato, Moro, Dallagnol, a prisão de Lula. Um angu, que começou fubá e terminou com o caroço Bolsonaro atravessado na garganta do Brasil. 

E aqui estamos com o Vaso da metáfora brasileira despedaçado. Bolsonaro veio como um transviado celerado e chutou o vaso, quebrou, estraçalhou em pedaços a obra preciosa, que misturava etnias, origens, raças, tribos, povos, numa harmonia surpreendente, numa afinação de violino Stradivarius. Quebrou, pisou, pisoteou, transformou em pó, queimou – e o vaso virou terra arrasada. 

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O único restaurador à vista capaz de consertar tal estrago era Luiz Inácio Lula da Silva. E os brasileiros empreenderam luta sem trégua para elegê-lo, apesar da “disputa desigual, do uso despudorado do aparato estatal, da má-fé às raias do impensável, do medo incutido aos humildes, da manipulação do sentimento de milhares”, literalmente o discurso fantasioso de Aécio em 2014, que de fato era premonitório do que o bolsonarismo faria neste 2022, sem êxito.

Lula agora precisa juntar todos os cacos, montar esse quebra cabeças, o que ele já começou a fazer. Nós o elegemos, nós o escolhemos, nós estamos ansiosos, nós todos queremos opinar, contribuir, influir, mas, voltando a Vargas e parodiando aquele jingle da época, “Bota o retrato do velho outra vez / Bota, no mesmo lugar / O sorriso do velhinho/ E deixa o velho trabalhar”.

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Lula tem a competência, a experiência, o saber e o talento para, nesses quatro anos, que poderão ser oito, fazer o Brasil grande de novo, soberano, sem entreguistas, com grandes nomes. 

O professor e cientista Ildo Sauer, dos mais respeitados no setor energético, propôs ontem num grupo de engenheiros, que o Ministério das Minas e Energia seja entregue a Roberto Requião, homem de pulso e convicções. Seria ouro sobre azul. Assim como o nosso homem do pré-sal Guilherme Estrella seria um grande nome para a Petrobras. Estamos cansados de ser vendidos por 30 dinheiros pelos Judas em plantão permanente na política brasileira. 

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E olha a gente de novo querendo enfiar nossa colher no vaso que o Lula já começou a restaurar. 

 

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