Bostonarismo, ou a essência do bolsonarismo

"Violência acima de tudo, bosta acima de todos".

(Foto: Reprodução (Twitter))


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A merda é um tema essencial do bolsonarismo que, na fase atual, assume sua verdadeira essência. O novo termo que dá conta do fenômeno já circula entre o povo, se trata do "bostonarismo”. O bostonarismo é o escancarado emerdamento da política.

O lema dessa tendência que opera pela destruição da política (e se torna antipolítica) pode ser resumido em "Violência acima de tudo, bosta acima de todos".

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Há pavorosos 4 anos o Brasil vive sob a guerra em que a arma é a merda discursiva, econômica e política lançada contra o povo pobre, os afrodescentedentes, os indígenas, as mulheres, as empresas estatais, a educação, o Estado laico, contra a imagem do país no mundo e a democracia como um todo. O golpe de 2016 criou as condições para que a merda toda se espalhasse e dominasse o governo federal.

O bostonarismo é um sistema iconográfico baseado no grotesco e na escatologia, ou seja, ele é um código distópico que convida ao gozo com a sujeira, o triste, o mau gosto, o vil, o baixo e, evidentemente, o mal. 

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Todos os que se mantém psiquicamente na fase anal-sádica gozam com esses símbolos e o sofrimento que ajudam a produzir: a fome, a miséria, as pessoas morando nas ruas, o racismo, a matança de negros, indígenas, líderes ambientalistas e assim por diante. O sofrimento dos outros que produz compaixão em mentes democráticas, causa satisfação em mentes autoritárias, a saber, a fascistas. 

O vídeo dos mineiros Rodrigo Luiz Parreira, Charles Wender Oliveira Souza e Daniel Rodrigues de Oliveira no ato de manipularem um drone para lançar fezes e/ou veneno sobre pessoas que se reuniam para um evento com Lula em Uberlândia, vem a ser uma imagem reveladora da essência do bostonarismo. Ela apresenta a verdade profunda da desgraça nacional. 

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Enquanto uns se regozijam criminosamente com o mal que praticam, outros tentam escapar, indefesos do veneno/merda que lhes é dirigido. A fala dos envolvidos mostra a má intenção compartilhada por eles. Ela tem o mesmo tom dos dizeres do líder autoritário que os criminosos seguem, cuja imagem está estampada na caminhonete que dirigem.

Quem poderá se defender de merda/veneno que cai do céu por obra de uma máquina mortífera usada como se fosse um mero brinquedo em meio a risos? Assim, também podemos nos perguntar quem poderá se defender do assassinato que vem sendo moral e politicamente liberado? O presidente da República que se elegeu prometendo a morte para muitos e se gabando de que sabe matar, nos últimos dias colocou a culpa pela própria morte no indianista Bruno Pereira e no jornalista Dom Phillips, assassinados, esquartejados e queimados na Floresta Amazônica. Os parâmetros éticos que orientam a política desapareceram por completo. 

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Há tempos Lula vem dizendo que ele é uma ideia. Lula é, de fato, uma ideia do povo. Bolsonaro também é uma ideia, só que, do partido militar e das elites econômicas e oligarcas espertos. Lula é a ideia do trabalhador que se torna líder e protege seu povo, Bolsonaro é a ideia do emerdamento da política e de um espantalho que autoriza todo mal a ser praticado com o que estiver à mão, caneta, arma ou drone. 

O bostoonarismo é ódio em estado puro e, por isso, fascismo que precisa ser superado antes que não haja mais Brasil.

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