Boris Johnson "profundamente preocupado com Dom e Bruno"; Bolsonaro preocupado com motociata
Bolsonaro, destaca Solnik, "hoje voltou a culpar as vítimas pelo desaparecimento. No dia 11, sexto dia de buscas, participou, feliz da vida, de uma motociata"
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Acabei de ver uma sessão do Parlamento britânico. Que diferença em relação ao Brasil!
Deputados e deputadas sentados ombro a ombro. Conservadores e trabalhistas lado a lado. Clima amistoso, descontraído.
Sentado na primeira fileira da arquibancada, em meio aos deputados, o chefe da nação presta contas do seu mandato.
Deputados perguntam, intervenções rápidas e não discursos intermináveis. Perguntam sobre assuntos do dia a dia. A participação da Inglaterra na guerra. Como o primeiro-ministro vai conter a inflação. Como vai ajudar os mais pobres com o aumento do preço da energia.
Algumas perguntas são duras, mas jamais agressivas.
Boris Johnson também responde rapidamente. Não gasta mais de um minuto por pergunta. Não levanta a voz, fala com firmeza mas se permite comentários jocosos, sem grosseria. Está na cara que o debate é sobre ideias, ninguém se agride.
O “speaker”, equivalente ao nosso presidente da Câmara, comanda a sessão com leveza. Não mede tempo das intervenções. Cada deputado fala quanto quiser. Mas todos são econômicos. Ninguém faz proselitismo. Quem quer a palavra levanta e o “speaker” aponta o escolhido. Como todos falam rapidamente, muitos conseguem falar.
Não tem placar eletrônico. É tudo como antigamente. No papel e na caneta. Não tem bancada da bíblia, bancada da bala, bancada do boi.
A certa altura, Theresa May, ex-primeira-ministra, antecessora de Johnson, que voltou a ser deputada, levanta e se diz muito preocupada com a situação de Dom Philips e de Bruno Pereira no Brasil e pede que o caso seja “prioridade diplomática”.
Johnson diz que “assim como todos nessa Casa estou profundamente preocupado com o que pode ter acontecido. O Ministério das Relações Exteriores está trabalhando com o governo brasileiro. Estamos prontos para providenciar todo o apoio que eles possam precisar”.
Que diferença em relação às declarações de Bolsonaro. Hoje voltou a culpar as vítimas pelo desaparecimento que já está sendo investigado como assassinato.
Bolsonaro nunca expressou preocupação com o caso.
No dia 11, sexto dia de buscas de Dom e Bruno, participou, feliz da vida, de uma motociata na Flórida.
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