Bolsonaro vestido de mulher é desvio patológico
Bolsonaro agride as mulheres todas as vezes que abre a boca para falar algo que a este tema tenha relação
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Sério! Não tem mais nada a se esperar dessa gente (bolsonarista). É algo doentio. É pura convocação para a história potológica da loucura (com respeito que devo às dignas pessoas com reais transtornos mentais, face que não temos o diagnóstico do Presidente do Brasil – ainda).
Um dos filhos do Bolsonaro – portanto, fala em nome do pai, a saber, são tão unha e carne – postou em sua conta no Twitter uma montagem do Presidente do Brasil com cabelo de mulher e todo arranjo semiológico para “transformar” Jair Bolsonaro numa pessoa do sexo feminino.
Se era uma brincadeira? Tenho certeza que não – para não agravar ainda mais ao que se pretende esta análise no modesto texto que escrevo, afinal, não se brinca com coisa séria. A ideia é “atrair” o voto feminino, mostrando o ogro que ocupa o Palácio do Planalto como uma senhora de sorriso carismático e gentil. Hãããm?!
Os dizeres do menino-miliciano, filho do miliciano-mor pretendiam causar na internet a fim de abafar a grave agressão do Presidente da República à jornalista Vera Magalhães – e a todas as mulheres – no último dia 28, durante o debate presidencial realizado pela Band, junto com outros veículos de comunicação.
Vejamos o que o senador Flávio Bolsonaro escreveu em sua conta: “Bolsomita é mulher e vota em Bolsonaro 22! Se você é mulher e vota em Bolsonaro comente!”[1]
Além de muito mal gosto esse tipo de campanha, o evento traz algo muito potente para quem aprecia a ciência da Análise do Discurso (que não irei me deter em explicar os princípios desta teoria). Ora, primeiro Bolsonaro agride as mulheres todas as vezes que abre a boca para falar algo que a este tema tenha relação. Bolsonaro não gosta de mulheres; mas gosta muito de sexo (também não sei de que tipo, e não me interessa). Sim, tudo que sai da boca de Bolsonaro relacionado às mulheres tem a ver com sexo (ou com elementos que evidenciem relações passionais entre homem e mulher). Exemplo: na ofensa rude à jornalista[2] que mencionei acima, o Presidente assim diz: “Vera, (…) acho que você dorme pensando em mim! Você tem alguma paixão por mim! (…)”. Hãããm 2?!
Esse mesmo tipo de afirmação vil, Bolsonaro faz em entrevistas tantas vezes se referindo à sua esposa, Michelle, reportando coisas que são apenas da intimidade do casal que Bolsonaro expõe sem respeitar, tanto sua companheira, quanto as mulheres de uma maneira geral.
Ainda sobre o Presidente: qual é o grande projeto, o programa que seu governo implantou nestes quase quatro anos de mandato que realmente ofertou às mulheres seus direitos, oportunidades e emancipação? Nem mesmo o Ministério da Mulher foi capaz de pensar políticas para… advinha:… as mulheres. Ao contrário: seu governo destilou machismo, misoginia e todo o ranço patriarcal que formou por séculos a sociedade brasileira – pior: reiterado tantas vezes pela boca e ações do próprio Presidente da República.
Aí vem o comando da campanha do Presidente (sim, o seu filho é um dos chefes de sua campanha eleitoral) e traz uma imagem de Bolsonaro “transformado” em mulher, dá-lhe o nome de “Bolsomita” (que patético!) e ainda trata algo tão sério – que é a condição de sujeito, de pertencimento, de individuação, de essência do ser mulher, de forma tão baixa. Como dizem onde eu moro: “é pra acabar com os pequi de Goiás!”
Contudo, pensando na captura de mais alguns elementos potenciais que as narrativas são capazes de produzir (seus múltiplos discursos comparados), é possível perceber ao menos duas verdades (paradoxo já já capturado) brotando desta postagem da campanha de Bolsonaro. A primeira é que tudo que representa Bolsonaro é uma grande mentira. Mentir não é apenas uma estratégia, um método do “mito”; é sua condição de existência. Bolsonaro vive num mundo de fantasias góticas, melhor dizendo: numa espécie de limbo aterrorizante em que opera o lodo podre deslizante e interminável que gruda em sua pele (e dos seus) impedindo que se brote dali o lado de alguma verdade iluminante da vida.
Aproveito esta continuação do enredo para adentrar na segunda dimensão: a patologia (ainda não sei definir a doença). Bolsonaro e sua gente próxima (seus filhos, assessores etc.) são doentes. Eles não apenas são “sem noção”. Não fazem apenas bizarrices atrapalhadas (para vê no que dá); são o sumo de algo fétido, como um esgoto (que não seca) de cidade abandonada, que se acumulou nos dutos e se fez realidade com as paredes do seu reservatório. Não há pudor, nem empatia em absolutamente nada que essa gente toca. Só há mal cheiro.
Ao invés de soltar uma nota pedido desculpas à Vera Magalhães pelo (im)provável calor do debate que levou o Presidente a ofender todas as mulheres daquela forma, os caras vão lá, fazem uma montagem sem sal para dizer que Bolsonaro é “pelas mulheres”, porque ele próprio “tem ares” do gracejo e força da mulher: a “Bolsomita”.
É muito para mim. Se possível, apertem a descarga (do Palácio) que ele precisa descer…
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[1] Fiquei sem vontade de compartilhar o link do perfil do senador Flávio (mas fique à vontade para ir lá ver a publicação). Todavia, por esse outro link você poderá ver a postagem de mal gosto que é escopo do texto acima: https://www.poder360.com.br/eleicoes/por-voto-feminino-flavio-bolsonaro-posta-santinho-bolsomita/
[2] Veja aqui a hora da agressão de Bolsonaro à Vera Magalhães: https://www.youtube.com/watch?v=4zadmq7c4zc&t=112s. Assista a partir de 1 minuto e 30 segundos.
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