Bolsonaro usou PF para intimidar Bivar

Alex Solnik, do Jornalistas pela Democracia, afirma que, após o início de uma operação contra o presidente do PSL, Luciano Bivar, "ficou muito claro que Bolsonaro usou a máquina do estado em proveito próprio, para intimidar um desafeto político, no que contou com a conivência do ministro da Justiça e do diretor-geral da PF, como acontecia no tempo dos coronéis"



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Por Alex Solnik, do Jornalistas pela Democracia

A reconstituição dos fatos ajuda a entender os motivos para a Polícia Federal ter efetuado operação de busca e apreensão em endereços do deputado federal e presidente nacional do PSL, Luciano Bivar, em Pernambuco, na manhã de hoje.

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Há dez dias, a Folha de S. Paulo revelou que a PF havia encontrado indícios, em notas fiscais, de que dinheiro público de verbas eleitorais do PSL de Minas, de candidatas-laranja, havia sido desviado não só para a campanha do atual ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, mas também para a de Jair Bolsonaro, o que foi confirmado por um assessor e coordenador de campanha do então deputado.

Dias depois, Bolsonaro falou, à saída do Palácio da Alvorada para esquecer o PSL e que Bivar estava queimado – mas preservou seu ministro no cargo.

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Em seguida, exigiu que Bivar mostrasse as contas do partido.

Bivar reagiu pedindo auditoria na campanha de Bolsonaro.

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Na sequência, o presidente reuniu-se com o ministro da Justiça e com o diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Aleixo, em encontro sigiloso.

Hoje, a PF realizou o que chamou de Operação Guinhol, mas que poderia ser chamada de Operação Delenda Bivar.

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Se fosse para de fato investigar o laranjal, e não para queimar Bivar, a PF deveria ter feito busca e apreensão numa pequena gráfica de Amaraji, interior de Pernambuco, chamada Vidal, na qual sete candidatos do PSL – dentre os quais a candidata laranja Érica Santos, assessora de Gustavo Bebbiano - declararam ter gasto mais de R$ 1 milhão e 200 mil de suas verbas de campanha e cujo dono, Luis Alfredo Vidal Nunes da Silva, presidente do partido na cidade, exibe orgulhosamente uma foto na qual aparece ao lado de um Bolsonaro sorridente, os dois com o polegar direito para cima.

Só não fez para não correr o risco de encontrar planilhas comprometedoras.

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Ficou muito claro que Bolsonaro usou a máquina do estado em proveito próprio, para intimidar um desafeto político, no que contou com a conivência do ministro da Justiça e do diretor-geral da PF, como acontecia no tempo dos coronéis.

Estado policial começa assim.  

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