Bolsonaro, um governo altamente ideológico
Inegavelmente Bolsonaro é a síntese mais fiel da antipolítica, a consagração da negação e da criminalização da criação grega da polis, que se transformou em ciência, e hoje governa o Estado
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Muitas são as adjetivações sobre o que vem a ser o governo de Jair Bolsonaro e sua equipe. Na maioria das vezes adjetivos errôneos, carregados de preconceitos e de certa arrogância.
Inegavelmente Bolsonaro é a síntese mais fiel da antipolítica, a consagração da negação e da criminalização da criação grega da polis, que se transformou em ciência, e hoje governa o Estado.
Evidente que este processo de marginalização ou, do mesmo modo, de judicialização ou criminalização, segue o propósito inequívoco de apartar parte considerável da população na ação política.
Ocorrência esta que segue o prisma de uma doutrinação massiva em apontar as mazelas que a nossa política está sofrendo. Dita a norma que política é ambiente de bandidos, corruptos e indignos; mas, a ação higienista de alguns iluminados salvará a pátria dessas execrações corruptivas.
O discurso de negação, de aniquilamento do oponente, e de sua criminalização, é a homilia altamente ideológica, que acompanha o senso comum disperso e despolitizado, fruto da decepção e de um ambiente de desesperança.
Altamente conservador e com viés do autoritarismo busca, no vazio das lideranças e da organização social que se perdeu nos últimos anos, sua consolidação. E pior, que se utiliza da miséria, da violência e do crescimento do crime organizado, para diminuir as liberdades e criar os ambientes beligerantes da doutrina "do olho por olho, dente por dente."
Antítese do Estado nacional assistimos ao pacto da herança de subalternidade e subserviência dos interesses internacionais, que objetiva o desmonte do patrimônio público, com a concepção do Estado micro, seguindo na área econômica do ultraliberalismo.
Ideologicamente conservador o governo retoma a junção do Estado e da fé - e utiliza-se da pregação salvadorista - ditando costumes e padrões de comportamento, em um estado confessional e opressor.
Governo este que tem sim o seu "líder" como tosco, inculto, incivilizado, mas que também está cercado e fortificado ideologicamente, disputando consciências e corações para um conservadorismo aflorado em todo o mundo.
Seguem os refluxos históricos dos retrocessos e do próprio processo civilizatório, e encontra terra fértil em meio aos erros das forças progressistas desgastadas e refratárias às agendas minoritárias, com suas condutas condenáveis, e sua crise de hegemonismo.
Opor-se a este governo exige muito mais do que palavras de ordem ou análises rasas, precisamos sim é de uma nova concepção e de uma nova abordagem na sociedade civil, que hoje se encontra carente de propostas e de ações concretas.
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