Bolsonaro, triste figura na teleconferência do G-20

"Será muito interessante ver o que dirá Bolsonaro nesta reunião. Como no Brasil, estará isolado, por ter ficado contra a ciência, o bom senso, a experiência e, sobretudo, por estar relegando as vidas a segundo plano, em detrimento da economia", escreve a jornalista Tereza Cruvinel

Jair Bolsonaro coloca máscara durante entrevista coletiva sobre coronavírus no Palácio do Planalto
Jair Bolsonaro coloca máscara durante entrevista coletiva sobre coronavírus no Palácio do Planalto (Foto: REUTERS/Adriano Machado)


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Está na agenda de Bolsonaro. Ele participa agora de manhã de uma teleconferência entre os governantes dos países do G-20, grupo que congrega as vinte maiores economias do mundo, incluindo os emergentes, para discutir a pandemia.  Ali também estará isolado, como no Brasil, se tiver coragem de, contra todos, defender o fim do isolamento social, com o confinamento seletivo de velhos e doentes, e a volta dos mais jovens ao trabalho para salvar a economia, ainda que ao custo de milhares de mortes.

Entre os governantes do G-20, sua maior afinidade é com Donald Trump, mas também este já se rendeu à força do coronavirus e adotou o isolamento social. Contra a inevitável recessão econômica, Trump vai entregar o pacote de dois trilhões de dólares aprovado pelo Senado. Boris Johnson, primeiro-ministro inglês, quebrou a cara com a defesa da imunização da população pela contaminação de uma grande parte dos ingleses e adotou rigorosa quarentena.  A India também participa do grupo. E com população de l,3 bilhão de pessoas, adotou o isolamento social para evitar uma explosão sinistra da doença. Em sentido contrário,  talvez os governantes da Itália e da Espanha, países em que o virus mais galopa e mata, reconheçam que estão pagando caro por terem demorado a tomar medidas mais drásticas. A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, a governante  europeia que mais se tem destacado na crise por sua conduta de estadista, deve ter uma participação destacada na reunião. Não passará a mão na cabeça de leniente algum.  Entre emergentes, estará a Argentina, onde o presidente Alberto Fernandes vem tomando medidas exemplares, seja no combate à doença, seja na criação de mecanismos de proteção econômica e social.

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Enfim, será muito interessante ver o que dirá Bolsonaro nesta reunião. Como no Brasil, estará isolado, por ter ficado contra a ciência, o bom senso, a experiência e, sobretudo, por estar relegando as vidas a segundo plano, em detrimento da economia.

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