Bolsonaro terá de gastar muita saliva para provar que Fabricio não é Lima
Colunista Alex Solnik, do Jornalistas pela Democracia, lembra do caso do coronel Lima, amigo pessoal que passou a bancar despesas pessoais de Michel Temer, e diz que "Bolsonaro vai ter de gastar muita saliva" para provar que seu caso é diferente; "É muito esquisito um sujeito que usou os mais avançados meios de comunicação na campanha desconhecer que ninguém mais vai ao banco movimentar sua conta, faz tudo pelo celular", ironiza Solnik
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Por Alex Solnik, para o Jornalistas pela Democracia - Bolsonaro vai ter de gastar muita saliva para explicar essa história do cheque de R$24 mil para sua mulher proveniente de uma conta bancária sob suspeita do COAF, pertencente ao PM Fabricio Queiróz, ex-assessor parlamentar de seu filho Flávio Bolsonaro, e seu amigo há 34 anos. Já começou a explicar, mas quanto mais explica, mais se complica.
Se a história não tivesse complicações o amigo do presidente eleito já teria dado as explicações necessárias. Como até agora permanece calado, tal como a mulher de Bolsonaro, é justo que se suponha que ele não sabe como explicar a movimentação de R$1,2 milhão em sua conta, já que seus rendimentos somavam R$20 mil mensais. Não poderia ter movimentado mais de R$240 mil. Mas movimentou cinco vezes mais.
Bolsonaro tentou passar uma borracha no caso ao seu estilo: foi um empréstimo que ele me devolveu, tá ok? E não se fala mais nisso. Mas por que o empréstimo voltou para a conta da mulher e não dele? "Só não foi na minha por questão de mobilidade, eu ando atarefado o tempo todo para ir em banco".
É muito esquisito um sujeito que usou os mais avançados meios de comunicação na campanha desconhecer que ninguém mais vai ao banco movimentar sua conta, faz tudo pelo celular. E ele não pode dizer que não usa o celular o tempo todo. Ou seja, o motivo não é esse. Não sei qual é o motivo, mas esse não é.
Do que se sabe até agora – a investigação sequer começou – é que uma pessoa da intimidade do presidente eleito recebeu em sua conta bancária dinheiro que ele não tinha ganho legalmente e esse dinheiro foi sacado em espécie centenas de vezes e abasteceu ao menos a conta da mulher de Bolsonaro e de uma ex-funcionária sua, filha de seu amigo de 34 anos.
Bolsonaro vai ter de gastar muita saliva para provar que o PM Fabricio não é o coronel Lima, aquele velho amigo do presidente Michel Temer que se tornou empresário e passou a financiar despesas de familiares do presidente.
E esse governo nem começou.
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