Bolsonaro quer trocar chefe da PF para salvar mandato

"Não há máculas no currículo de Valeixo, nenhum dossiê, nada que o desabone, o que incomoda a Bolsonaro é que ele é ligado a Moro e não a ele", escreve Alex Solnik, do Jornalistas pela Democracia. Bolsonaro "não precisa mais do Moro, tem os generais", diz. "Moro é, aliás, uma pedra no sapato, um futuro potencial adversário de Bolsonaro em 22"

(Foto: ABr | Reprodução)


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Por Alex Solnik, do Jornalistas pela Democracia

Foi pa-pum. Um dia depois de o STF autorizar investigação do ato antidemocrático de 19 de abril, do qual participou, Bolsonaro comunicou ao ministro da Justiça, Sérgio Moro, agora há pouco, que vai trocar o chefe da Polícia Federal, Maurício Valeixo, de quem quer se livrar faz tempo.

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Não há máculas no currículo de Valeixo, nenhum dossiê, nada que o desabone, o que incomoda a Bolsonaro é que ele é ligado a Moro e não a ele e não tem interlocução direta com ele, que é o que precisa para poder interferir nessa e em outras investigações referentes à sua família.

Bolsonaro sabia que Moro ia rejeitar a ideia, como rejeitou, chegou até a circular a notícia de que teria pedido demissão, logo desmentida por sua assessoria.

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Não há dúvida que desde que os generais tomaram conta do Palácio do Planalto o presidente se sente mais protegido e fortalecido para tirar do governo quem quiser, inclusive Moro e Paulo Guedes.

Ele não precisa mais do Moro, tem os generais.

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Moro é, aliás, uma pedra no sapato, um futuro potencial adversário de Bolsonaro em 22 e, portanto, alguém que precisa ser destruído antes que sua popularidade cresça ainda mais.

Tenho impressão que, a essa altura, interessa mais a Bolsonaro ter um chefe da Polícia Federal sob suas asas do que manter Moro, porque uma investigação da Polícia Federal independente e autônoma, como manda a constituição, poderá complicar até mesmo a continuidade do seu mandato, pois muitos juristas consideram que ele cometeu crime de responsabilidade no ato de 19 de abril.  

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