Bolsonaro quer armar população para ajudá-lo num autogolpe

Para Alex Solnik, do Jornalistas pela Democracia, o discurso em que Jair Bolsoanro defendeu o uso de armas pela população , afirmando que isos serviria para ela poder se defender dos que “pretenderem tirar a sua liberdade", reacendeu as preocupações sobre ele tentar vir a promover um "autogolpe"

Presidente da República Jair Bolsonaro
Presidente da República Jair Bolsonaro (Foto: Marcos Corrêa/PR)


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Alex Solnik, do Jornalistas pela Democracia - O discurso de Bolsonaro em Santa Maria, no sábado, em cerimônia militar reacendeu as preocupações quanto às suas pretensões de promover um golpe de Estado semelhante ao de Getúlio Vargas em 1937, batizado de “autogolpe” pelo vice Hamilton Mourão na campanha presidencial.

  Além de defender, novamente, a ditadura militar de 64, Bolsonaro disse aos gaúchos que era preciso armar a população para ela poder se defender dos que “pretenderem tirar a sua liberdade”.

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  A tese de os civis se defenderem de um golpe de Estado é tão falaciosa quanto a de armar a população para se proteger de assaltos. Nenhum golpe de Estado foi ou será enfrentado por civis. O Estado tem canhões, navios e aviões. A população, mesmo a população armada, não pode enfrentá-lo com revólveres. Seria uma carnificina.

  O que pode acontecer, isso sim, é a população armada ajudar num golpe dele. Maquiavel ensinou que o príncipe arma a população para defendê-lo de seus inimigos.

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  Setores da imprensa, do meio político e da população civil que não se importavam com seus arroubos autoritários na campanha presidencial agora estão sentindo cheiro de fumaça. Não eram arroubos.

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  Ele está em confronto aberto com o Congresso, que quer aprovar uma reforma da Previdência diferente da sua e rejeita o projeto das armas; com o STF, que aprovou, contra seu desejo, a criminalização da homofobia; com o “Intercept” que colocou sob suspeição seu principal ministro; com a “Folha” que hoje revela mais provas do disparo ilegal de whatsapp em sua campanha e acuado pelo caso Queiroz que corrói a reputação da sua família.

  Ninguém, em Brasília, sabe como um governo que não está afeito a dialogar vai atuar para ganhar esses confrontos.

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  Ou o que vai acontecer se ele os perder.  

  Mas uma coisa é certa: pela amostra de seis meses de governo, será na base da truculência.

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