Bolsonaro quer aliar o Brasil ao que há de pior no mundo
"A viagem de Bolsonaro a Israel, em março, não diz respeito apenas à mudança da embaixada brasileira. Bolsonaro e Netanyahu se alinham cada vez mais nas posições de extrema-direita. Bolsonaro tem uma enorme população; o israelense tem armas. Unidos podem causar muito estrago", avalia o jornalista Alex Solnik, do Jornalistas pela Democracia; "Bolsonaro e seus filhos querem transformar o Brasil na locomotiva desse Eixo do Mal; querem fazer do Brasil o maior país sob governo de extrema-direita do mundo"
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Por Alex Solnik, do Jornalistas pela Democracia - Já é consenso que o governo Jair Bolsonaro está dividido em vários pedaços. A ala militar, a ala familiar, a ala "ideológica". Costuma-se incluir o presidente no segmento da família, mas ele é, ao mesmo tempo, o mais exacerbado representante da ala ideológica. Ao lado de seus filhos, aliás.
Em momento algum ele desaprovou declarações ou atitudes do ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo sobre a Venezuela. Na visita de Guaidó, optou por recebe-lo de acordo com o figurino de Araújo e não como o setor militar recomendou.
Jamais desautorizou declarações do ministro da Educação, Vélez Rodriguez. Nem mesmo quando chamou os turistas brasileiros de "canibais" e "ladrões". Apesar do seu lema de campanha – "Brasil acima de todos". Ou quando mandou as crianças cantarem o hino e serem filmadas.
Nunca puxou a orelha de Damares Alves. E olha que motivos não faltaram.
Bolsonaro é o mais extremista dos direitistas de seu governo. Não é o pateta que aparenta ser. Está levando o Brasil a se aliar ao que de mais reacionário no mundo. A liderar um novo Eixo do Mal.
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Um novo partido de extrema-direita da Espanha, chamado Vox, diz se inspirar em Trump e em Bolsonaro. Graças a conselhos e infraestrutura fornecidos por Steve Bannon consegue bombar nas redes sociais usando as mesmas armas de difamação e ódio e se prepara para eleger os primeiros deputados em abril.
A viagem de Bolsonaro a Israel, em março, não diz respeito apenas à mudança da embaixada brasileira. Bolsonaro e Netanyhau se alinham cada vez mais nas posições de extrema-direita. Bolsonaro tem uma enorme população; o israelense tem armas. Unidos podem causar muito estrago.
Sob ameaça de ser defenestrado por acusações de corrupção, o premier israelense se alia ao partido mais reacionário do país, que tem a agenda mais ou menos similar à de Bolsonaro e de seus ministros "da casa".
Considera o Torá mais importante que a constituição – algo que Damares ainda não disse, mas faltou pouco – e quer institucionalizar a xenofobia, expulsando os palestinos. Apesar de a convivência entre judeus e palestinos no território israelense ser boa até hoje.
Bolsonaro e seus filhos querem transformar o Brasil na locomotiva desse Eixo do Mal; querem fazer do Brasil o maior país sob governo de extrema-direita do mundo.
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