Bolsonaro prepara a guerra dos sem máscara contra os com máscara
"A intenção, com a retirada da máscara de quem já se vacinou ou se infectou, é ampliar experiências macabras e criar conflitos", escreve o jornalista Moisés Mendes sobre a nova sabotagem de Jair Bolsonaro no enfrentamento à pandemia
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Por Moisés Mendes, para o Jornalistas pela Democracia
Vem aí a guerra das facções fascistas dos sem-máscara. Se Bolsonaro conseguir desobrigar as pessoas a usarem a máscara, é fácil prever o que vai acontecer. Teremos brigas ferozes e imprevisíveis diante de qualquer desavença.
Um sujeito sem máscara, respaldado por uma nova decisão ‘legal’, decide entrar numa loja. Um funcionário reage ou um cliente se incomoda. Alguém diz alguma coisa. Está criado o ambiente para uma confusão.
Não duvidem que Bolsonaro possa dar um jeito e liberar a máscara, mesmo desafiando a Justiça, porque tudo passou a ser possível há muito tempo.
O brasileiro é usado por Bolsonaro para testes variados, e o principal desses foi a matança com a cloroquina. Manaus foi submetida ao laboratório da imunidade de rebanho com o remédio milagroso que enriqueceu muita gente. Deu no que deu.
A intenção, com a retirada da máscara de quem já se vacinou ou se infectou, é ampliar experiências macabras e criar conflitos.
Bolsonaro ainda não conseguiu promover um clima de caos político, que é a sua intenção. Mas pode chegar lá.
Ele vai tentando, até conseguir criar situações em que terá desculpas para chamar as Forças Armadas às ruas.
Retirar a obrigatoriedade da máscara parece ser apenas mais uma controvérsia científica ou sanitária, mas só parece.
É mais do que isso, é uma provocação política. É uma farsa até como controvérsia.
Quem vai fiscalizar e determinar quem foi vacinado ou infectado, no momento em que aparecerem acintosamente os sem máscara em lugares públicos com aglomeração?
Bolsonaro quer que as pessoas duelem, mas não nas ruas, que são espaços arejados onde muitos já circulam sem máscara. Teremos gente com e sem máscara brigando em espaços fechados. Em lojas, shoppings, galerias, filas de banco, em restaurantes, bares, festas. É o que ele quer.
O brasileiro será dividido por Bolsonaro entre os sem e os com máscara. As famílias terão a mesma divisão. Bolsonaro sabe que, como o país se idiotizou, essa é uma guerra possível.
A ruptura no Brasil poderá ser acionada não pela velha luta de classes provocada por desemprego, miséria, desalento e pelo acinte dos ricos que nunca perdem nada.
Poderemos ter a guerra dos sem e dos com máscara espalhada pelo país. Duvidam? Os sem máscara são abusados e arbitrários e só esperam um sinal de Bolsonaro.
Tirar a máscara é apenas um pretexto para a radicalização dobolsonarismo. Pode vir coisa pior.
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