Bolsonaro planta confusão para esconder o óbvio: seu governo já fracassou na economia
"Sem aceitar essa realidade óbvia e principalmente incapaz de formular respostas para muda-la, Jair Bolsonaro apela à tática manjada de plantar confusão, espalhar culpados e sair de fininho, como se não tivesse nada a ver com a história", escreve o deputado Rogério Correia. "Jair Bolsonaro é incompetente. Ruim de serviço. Não dá conta do recado"
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A tática é velha, mas às vezes cola no curto prazo. É a aposta de Bolsonaro para o que se tornou cada vez mais visível: seu governo já fracassou na economia. Como fez as escolhas erradas, está cercado de gente incompetente ou mal intencionada e não vislumbra melhoras no curto e médio prazos, o presidente opta por plantar confusão. Compartilha vídeo pedindo fechamento do Congresso, depois nega, depois mente dizendo que não era bem assim, depois insulta algum jornalista, depois diz que também não era bem assim, depois posa de vítima...
A isso tudo precisamos acrescentar a pergunta que traz pânico a Bolsonaro e seus apoiadores: e a economia, presidente?
O dólar não para de subir nem dá sinais de frear essa tendência. O governo Bolsonaro conseguiu o que parecia impossível e traz o pior dos mundos: a cotação cambial na teoria ajudaria a balança comercial, mas ela também não para de colecionar resultados ruins. O governo torra as reservas cambiais a duras penas economizadas nos governos Lula e Dilma, mas nem assim contém o avanço do câmbio. Os tais investimentos estrangeiros que invadiriam o Brasil depois da reforma trabalhista, da eleição presidencial e da reforma da Previdência de Bolsonaro, ficaram só na promessa. Pelo contrário, o saldo de dólares que entram e saem é negativo já há alguns meses.
A inflação continua domada (em parte) mesmo com o dólar alto frente ao real, mas o preço cobrado é alto, na forma de baixa atividade econômica. Com o dólar quase a R$ 5, uma recuperação da economia traria como efeito imediato uma alta descontrolada nos preços.
Com isso o desemprego empacou nos dois dígitos (e lembrar que esteve em apenas 4,5% em dezembro de 2014!), o subemprego sem carteira e direitos avança e a indústria não consegue operar no azul.
O governo Bolsonaro fracassou na área mais sensível à vida prática do povo: a economia.
Sem aceitar essa realidade óbvia e principalmente incapaz de formular respostas para muda-la, Jair Bolsonaro apela à tática manjada de plantar confusão, espalhar culpados e sair de fininho, como se não tivesse nada a ver com a história.
O presidente eleito pelas fake news acredita, assim, colher frutos. É verdade que a tática da confusão produz algum apoio nas redes sociais bolsonaristas, mas é nítida a queda de apoio que conseguiu nos setores menos fanatizados ligados ao bolsonarismo. E o pior para Jair Bolsonaro estará ainda por vir, a partir do momento em que ficar claro que a política econômica de Paulo Guedes não obteve resultados favoráveis.
Esse momento, que para alguns já chegou e para outros é iminente no curto prazo (em algum momento deste 2020, certamente), trará consigo a constatação inevitável: Jair Bolsonaro é incompetente. Ruim de serviço. Não dá conta do recado. É um motorista barbeiro guiando um ônibus: fez tanta bobagem que conseguiu estragar o freio, o câmbio, o motor... Segure-se quem puder!
Nossa tarefa é reduzir ao máximo esse período em gestação. O povo não merece e nem consegue sofrer por tanto tempo. Quanto antes perceber que está diante de um governo louco administrado loucamente, melhor.
Que esse pesadelo acabe logo. E que não se aprofunde, como querem alguns segmentos da elite financeiro-econômica do país, os verdadeiros poderosos do Brasil, para quem o fracasso econômico de Bolsonaro seria corrigido de maneira inexplicável: aprofundando a receita que levou ao próprio fracasso. Daí surgem a tal carteira verde e amarela, a reforma administrativa, as emendas constitucionais que atacam o serviço público e tiram ainda mais os pobres do orçamento (e agora inventaram uma nova desculpa para o fracasso, o coronavírus...).
Por isso, é fundamental trabalharmos pelo sucesso dos três atos pela democracia já marcados para o próximo mês, em 8 de março (Dia Internacional de Luta das Mulheres), dia 14 (2 anos do assassinato de Marielle Franco) e 18 de março (greve nacional da Educação).
Sempre na luta! Vamos juntos?
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