Bolsonaro perde poder; Maia ganha
"Bolsonaro não conseguiu adesão ao seu plano golpista de se transformar num Rei Sol", diz Alex Solnik, do Jornalistas pela Democracia, ao comentar o desfecho das últimas manifestações a favor do presidente; "Ele mostrou, de novo, não ter vocação alguma para ser presidente da República, perdeu poder e quem vai governar cada vez mais será o Congresso"
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Por Alex Solnik, colunista do 247 e membro do Jornalistas pela Democracia
No sábado passado, o presidente Jair Bolsonaro deu aval a uma manifestação pública que ele queria usar para emparedar o Supremo e o Congresso, que o impediam de governar do jeito dele. Por isso o país ficara ingovernável, segundo ele. E, como todos sabemos, governo em que Judiciário e Legislativo não existem ou são submissos ao Executivo chama-se ditadura.
No decorrer da semana, dada a repercussão negativa, o teor dos protestos a favor foi sendo suavizado pelo próprio Bolsonaro. Anunciou que não participaria. Mandou os ministros ficarem de fora. Mas estimulou as manifestações pelas redes sociais até mesmo no dia.
Quem foi às ruas foi, majoritariamente, apoiar reformas e não o fechamento do Congresso, como constatou, na avenida Paulista, a equipe de pesquisadores do professor do curso de gestão de políticas públicas da USP, Pablo Ortellado: 75% citaram as reformas como motivação.
O consenso, depois do evento, é que Bolsonaro não conseguiu adesão ao seu plano golpista de se transformar num Rei Sol. Tanto é que, depois de jogar seus fanáticos contra os outros dois Poderes, alavancando a instabilidade política, agora pede arrego, convida Maia e Dias Toffoli para um café da manhã. Insinua que deseja firmar um pacto entre os Poderes. Mas quem acredita nele? E que moral ele tem para chamar para um pacto?
Além do mais, não há necessidade de pactos. Basta obedecer à letra da constituição: os Poderes são autônomos e independentes. É só seguir o que está escrito e não conspirar mais contra Legislativo e Judiciário.
Resumo da ópera: ele mostrou, de novo, não ter vocação alguma para ser presidente da República, perdeu poder e quem vai governar cada vez mais será o Congresso Nacional.
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