Bolsonaro optou por espalhar o vírus
"Apostar na imunidade coletiva por contágio para derrotar o vírus é uma opção cruel e inexequível, pois resultaria em milhões de mortos e implicaria no colapso da rede hospitalar", escreve o jornalista Alex Solnik sobre a tática de Jair Bolsonaro na pandemia
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Sabe-se que a pandemia acaba quando o vírus não encontra mais hospedeiros tão facilmente, o que se dá com a imunidade coletiva de rebanho, ou seja, a partir do momento em que vacinados mais infectados somam 70% da população.
Apostar na imunidade coletiva por contágio para derrotar o vírus é uma opção cruel e inexequível, pois resultaria em milhões de mortos, implicaria no colapso da rede hospitalar e demandaria muitos anos, por isso todos os chefes de estado optaram prioritariamente pela vacinação.
Bolsonaro, ao contrário, adotou a tática da imunidade coletiva por contágio desde o início da pandemia.
É o que diz um estudo do Centro de Pesquisas e Estudos de Direito Sanitário da Faculdade de Saúde Pública da USP e da Conectas, que analisou, do ponto de vista jurídico, 3049 normas editadas pelo governo desde 2020 e concluiu ter havido uma estratégia institucional de propagação do vírus.
“O estudo demonstra a existência de um plano sistemático de disseminação do vírus que reflete a opção pela imunidade coletiva por contágio” diz a professora titular da USP, Deisy Ventura, uma das coordenadoras do estudo, em reportagem de Géssica Brandino, na Folha de S. Paulo de hoje.
Em 13 meses de pandemia, 12 milhões de brasileiros foram infectados. A imunidade coletiva por contágio só seria alcançada depois de 140 milhões de infectados, o que levaria mais de dez anos. Considerando que com 12 milhões de infectados o país já registrou 300 mil óbitos, com 140 milhões os mortos chegariam a três milhões.
Era isso o que Bolsonaro estava buscando com as aglomerações que provocou em dezenas de viagens, com sua campanha sistemática anti-vacina, propaganda de remédios ineficazes e com sua resistência ao uso de máscaras.
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