Bolsonaro nem disfarça: parabeniza o novo chefe da PF pela ação contra Witzel
"Não há como não entender que a Operação contra Witzel foi a segunda lição de casa de Alexandre Rolando de Souza, pela qual ganhou um dez do professor", constata o jornalista Alex Solnik
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Por Alex Solnik, para o Jornalistas pela Democracia -
Bolsonaro nem disfarçou. Deu os parabéns à PF, ou seja, à nova administração, sob comando de Alexandre Rolando de Souza, recém-nomeado por ele pela Operação Placebo contra Wilson Witzel, a quem chamou de “estrume” na já famosa reunião ministerial.
Para completar a ópera bufa, a deputada Carla Zambelli, que vem se firmando como a primeira-dama do bolsonarismo, com a debandada de Joice Hasselmann insinuou que sabia com antecedência o que iria acontecer, abrindo brecha, inclusive, para a operação ser anulada, por vazamento.
Mas, enfim, o que aconteceu com Witzel é pedra cantada.
Na manhã de 22 de abril, Bolsonaro anunciou ao seu ministro da Justiça, Sergio Moro, via twitter que Mauricio Valeixo, chefe da Polícia Federal seria exonerado, mesmo contra a vontade de Moro, porque não lhe passava informações e ele queria alguém com quem pudesse interagir.
Dois dias depois, a 24 de abril, a exoneração de Valeixo foi publicada no Diario Oficial e a seguir Moro renunciou ao ministério.
Bolsonaro tentou nomear Alexandre Ramagem, logo seguir, mas o ministro do STF Alexandre de Moraes não deixou, razão pela qual somente no dia 4 de maio Bolsonaro nomeou o substituto de Valeixo, Alexandre Rolando de Souza, braço-direito de Ramagem na Abin, em cerimônia relâmpago no Palácio do Planalto, envolta em sombras e suspeitas.
No mesmo dia 4, o novo chefe da PF fez aquilo que Bolsonaro esperava ansiosamente: exonerou o chefe da PF no Rio, mas, para disfarçar o objetivo, o promoveu a segundo homem na hierarquia.
Ainda no dia 6, Alexandre Rolando de Souza anunciou Tácio Muzzi em lugar de Carlos Henrique de Oliveira na PF Rio, mas sua nomeação saiu somente ontem.
Levando-se em conta que Bolsonaro já havia revelado várias vezes, com aquela franqueza que lhe é peculiar, que o que esperava da PF era que protegesse seus parentes e aliados e fustigasse seus inimigos, e o informasse de investigações de seu interesse, não há como não entender que a Operação contra Witzel foi a segunda lição de casa de Alexandre Rolando de Souza, pela qual ganhou um dez do professor.
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