Bolsonaro não foi eleito pela maioria dos brasileiros

"Por que a 'informação' de que o capitão foi eleito por 57% dos eleitores é a que prevalece?", questiona Alex Solnik, do Jornalistas pela Democracia. "Porque o TSE teve a infeliz ideia de dar a falsa impressão de que o vencedor do segundo turno conquista a maioria do eleitorado, seja qual for a sua porcentagem", diz

(Foto: Isac Nóbrega - PR)


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Por Alex Solnik, do Jornalistas pela Democracia

Uma das “informações” com as quais jamais concordei e sempre me irrita quando ouço ou leio na imprensa é a de que Bolsonaro foi eleito pela maioria dos brasileiros, com 57% dos votos.

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Não é verdade.

O colégio eleitoral brasileiro era composto, em 2018 por, em números redondos, 147 milhões de eleitores. Bolsonaro teve aproximadamente 57 milhões de votos. Ou seja, 39% do conjunto dos eleitores e não 57%.

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Haddad, com 47 milhões de votos, teve 30% e não 47% como se costuma divulgar.

Mas por que a “informação” de que o capitão foi eleito por 57% dos eleitores é a que prevalece?

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Porque o TSE teve a infeliz ideia de dar a falsa impressão de que o vencedor do segundo turno conquista a maioria do eleitorado, seja qual for a sua porcentagem.

E como consegue isso? Dividindo os votos – que são indivisíveis – em duas categorias: válidos e inválidos.

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Válidos são os dos eleitores que votaram em um dos candidatos; inválidos, os dos que se abstiveram, votaram em branco ou anularam o voto.

Em resumo: dos 147 milhões de eleitores, 40 milhões não votaram num dos candidatos e foram excluídos do escrutínio, como se não existissem, como se fossem eleitores fantasmas. Mas não são. Eles expressaram uma insatisfação com ambos candidatos que não podia ser ignorada.

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Ao amputar esses votos do resultado final que divulga para os meios de comunicação, o TSE produz um resultado artificial no que diz respeito à porcentagem, induzindo os brasileiros a pensarem que, no caso em questão, Bolsonaro foi eleito pela vontade da maioria dos brasileiros.

Isso é uma evidente fake news do TSE que deveria ser suprimida nas próximas eleições.

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Afinal, o TSE não está em guerra com as fake news?

(Conheça e apoie o projeto Jornalistas pela Democracia)

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