Bolsonaro já se comporta como um derrotado
"A derrota de Jair Bolsonaro não é apontada apenas pelas pesquisas de opinião. Mas, sobretudo, pelo comportamento do candidato", aponta
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A derrota de Jair Bolsonaro não é apontada apenas pelas pesquisas de opinião. Mas, sobretudo, pelo comportamento do candidato e de seus principais assessores. Os últimos dias foram reveladores da falência de estratégias e do abatimento coletivo do núcleo de comando bolsonarista.
Alguém que estivesse liderando a disputa estaria preocupado em arrumar pretexto para tumultuar a campanha como no caso das inserções? Óbvio que o movimento trai o desespero que precede o naufrágio.
Repito: esqueçam Datafolha, IPEC e quejandos. Vamos nos ater a analisar o semblante do mito, que no curso da campanha foi descontruído a golpes de fatos objetivos em oposição às fake news.
O discurso do presidente, quinta-feira, na Zona Oeste, carregado de insultos a Eduardo Paes tem algo que possa remeter à vitória, à consagração, ao anticlímax da festa final? Ou lembra o esperneio de um derrotado?
Não é só. As postagens de Flávio Bolsonaro já não pedem apoio direto ao presidente; apelam para que a militância “vire” o voto nas urnas. Ora, a virada só está no horizonte do sonho de quem se vê próximo ao cadafalso.
Há ainda um esforço descomunal à caca de votos em pequenas cidades. Prefeitos de municípios do interior fluminense, com cerca de 15 mil eleitores, estão sendo convocados e pressionados como se tivessem o condão de definir a eleição. Alguns, e não são poucos, fazem declaração de voto no 22 e colocam parte de seu grupo político na campanha de Lula. Não revelo os nomes por respeito às fontes que me confidenciaram a infidelidade.
Inimigo declarado dos pobres, o ministro Paulo Guedes já usa frases no condicional. Faz construções retóricas prevendo uma hipotética volta daqui a quatro anos. “Se Lula ganhar, voltaremos na próxima eleição”. O sonho bolsonarista já está sendo adiado.
No debate de hoje, Bolsonaro vai para o tudo ou nada. Esta é a derradeira oportunidade para parir um milagre que lhe salve a alma já encomendada pela maioria dos eleitores brasileiros. Mas é pouco provável qualquer mudança. A 48 horas do pleito, somente uma hecatombe poderia tirar a vitória de Lula.
No confronto da GLOBO, em metáfora aos gramados, o petista precisa apenas tocar a bola; não permitir uma goleada do oponente. Até mesmo uma derrota por pouco não lhe traria embaraços no domingo. Há pouquíssimos indecisos e os decididos, a esta altura, não se deixam levar por arroubos retóricos do oponente. O jogo está quase jogado. Restam poucos lances para uma virada.
Acuado, Bolsonaro pode tentar algo heterodoxo, fora do script, mas não lhe restam argumentos consistentes e tempo para o desconstruir o juízo da maioria dos brasileiros de que o país se encontra na triste encruzilhada entre a barbárie e a civilização.
Lula não é somente o PT, Lula não é apenas a esquerda. Seu ethos é muito maior, abarca todos os brasileiros civilizados e democráticos. Por isto, vai vencer.
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