Bolsonaro fadiga e a oposição precisa apertar o cerco

"O momento exige da oposição, em particular da esquerda, o aumento da pressão política contra o governo da extrema-direita, exigindo a aplicação imediata das medidas sanitárias e econômicas de proteção para a população trabalhadora e pobre do país", avalia o colunista Milton Alves

(Foto: Youtube)


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O presidente Jair Bolsonaro foi alvo de panelaços em diversas capitais e municípios brasileiros, nesta terça-feira (31), durante o pronunciamento às 20h30 em cadeia nacional de rádio e televisão.

Enquanto Bolsonaro discursava sobre a crise do novo coronavírus, ouvintes e telespectadores protestaram contra o governo por meio do barulho de panelas e de palavras de ordem de “Fora, Bolsonaro”. Foi o dia com o protesto mais intenso e vasto contra Bolsonaro na última quinzena.

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A novidade desta noite de terça, é que os panelaços se estenderam também por bairros populares e comunidades das periferias das capitais. No Rio de Janeiro, além do protesto em bairros da Zona Sul – como Leblon, Ipanema, Copacabana, Leme, Botafogo, Humaitá, Catete, Urca, Jardim Botânico -, ocorrerram panelaços no Vidigal, na Rocinha e em bairros da Zona Norte como Riachuelo, Vila Isabel e Grajaú – e também em bairros da populosa Zona Oeste.

Em São Paulo o panelaço foi mais intenso do que em dias anteriores. Nas Zonas Oeste e Sul, além do Centro, as manifestações começaram antes da cadeia nacional. Em Pinheiros e nos Jardins, pessoas nas janelas dos prédios gritavam “Fora, Bolsonaro” durante a fala do presidente. Além desses bairros de classe média alta, também houve protestos em áreas de ocupação na periferia e nos bairros populares da Zona Leste paulistana – São Mateus, Vila Matilde, entre outros.

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Em Curitiba, as panelas também soaram no Capão Raso, Santa Quitéria, Novo Mundo, Boqueirão e diversas áreas da Cidade Industrial, na Zona Sul de Curitiba. Um sintoma de que o protesto popular se estende para “o andar de baixo”.

O pronunciamento do presidente Bolsonaro foi considerado por analistas políticos como o mais “moderado’ da atual temporada. É possivel que o presidente, atravessando uma fase de crescente isolamento e desgaste político, tenha sido aconselhado pelos generais para segurar a onda neste momento. Nestes dias, os generais têm funcionado como uma espécie de babás do presidente impulsivo e desastrado. O discurso mais contido pode ser uma hipótese para uma linha de redução de danos. A conferir.

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Além disso, Bolsonaro começa a sentir o peso da crise combinada da pandemia do coronavírus com a falência de seu projeto econômico desastroso, pilotado pelo bisonho e arrogante Paulo Guedes.

No pronunciamento, Bolsonaro não abordou quando o governo vai sancionar o seguro quarentena e também voltou a falar da cloroquina como um possível componente fármaco para o combate ao coronavírus, algo não comprovado pela comunidade científica.

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O momento exige da oposição, em particular da esquerda, o aumento da pressão política contra o governo da extrema-direita, exigindo a aplicação imediata das medidas sanitárias e econômicas de proteção para a população trabalhadora e pobre do país.

O discurso de Bolsonaro começa a gerar fadiga: culpar o Congresso, os governadores, a imprensa, o Fórum de São Paulo não enche a barriga de ninguém e nem garante um leito no hospital.

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Prá cima do “Capitão Corona”, com toda força, que derrotamos ele e o coronavírus juntos.

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