Bolsonaro está sujeito a impeachment por impor sigilo a visitas de pastores

O jornalista Alex Solnik cita a Lei de Acesso à Informação e afirma ser crime de responsabilidade o sigilo sobre encontros de membros do governo com pastores

Milton Ribeiro, ex-chefe do MEC, com Arilton Moura (esq.) e com Gilmar Silva dos Santos (dir.)
Milton Ribeiro, ex-chefe do MEC, com Arilton Moura (esq.) e com Gilmar Silva dos Santos (dir.) (Foto: Luis Fortes/MEC | Reprodução)


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Por Alex Solnik, do Jornalistas pela Democracia

O parágrafo primeiro do artigo 31 da Lei de Acesso à Informação determina que “as informações pessoais a que se refere esse artigo, relativas à intimidade, vida privada, honra e imagem terão seu acesso restrito, independentemente de classificação de sigilo e pelo prazo máximo de 100 anos”.

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Mas, de acordo com o parágrafo quarto, “a restrição de acesso à informação, relativa à vida privada, honra e imagem de pessoa não poderá ser invocada com o intuito de prejudicar processo de apuração de irregularidades em que o titular das informações estiver envolvido”.

E mais: o artigo 32 afirma que “impor sigilo à informação para obter proveito pessoal ou de terceiro ou para fins de ocultação de ato ilegal cometido por si e outrem” será considerado conduta ilícita, pela qual o agente “poderá responder por improbidade administrativa”.

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Ou seja: é ilegal impor sigilo às visitas dos pastores Gilmar Santos e Arilton Moura ao presidente da República, já que “prejudica processo de apuração de irregularidades” que estão sendo investigadas no âmbito do Ministério da Educação.

O “proveito pessoal” é evidente e, portanto, de acordo com a lei, Bolsonaro poderá responder por improbidade administrativa.

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De acordo com o artigo segundo da Lei no. 1079, a improbidade na administração é um dos crimes de responsabilidade que podem implicar em impeachment do presidente da República.

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