Bolsonaro está cavando a própria sepultura

"O povão pode não se sensibilizar com epítetos tais como fascista ou genocida, mas não perdoa corrupto. Maluf e outros que o digam", analisa o jornalista Alex Solnik

(Foto: Felipe Campos Mello/Fotos Públicas)


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Por Alex Solnik

Ninguém perguntou se houve ou não houve fraude nas eleições de 2018 a presidente da República. Mas Bolsonaro, do alto de sua arrogância, afirmou que houve sim. Ele deveria ter vencido já no primeiro turno. Algum tempo depois, acrescentou outra bravata: teria provas do crime eleitoral. A sua claque amalucada vibrou com a audácia do capitão; o TSE, não.E passou a pedir as provas da fraude.

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Achando que é Luís XIV, ele respondeu que provaria quando, como e onde quisesse. O TSE não gostou mais uma vez. E lhe deu prazo para mostrar as provas que acaba no próximo dia 6. Em razão das férias forenses, ficou para agosto. Se não mostrar, poderá ficar inelegível em 2022.

Ninguém mandou dizer que jamais faria acordo com o centrão. Mas ele disse várias vezes durante a campanha eleitoral. E agora está unha e carne com o centrão. Ninguém mandou dizer que seria o inimigo número 1 da corrupção. Chegou a CPI e com ela a Covaxin. E o escândalo se alojou na soleira da sua porta.

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O povão pode não se sensibilizar com epítetos tais como fascista ou genocida, mas não perdoa corrupto. Maluf e outros que o digam.

Nenhum de seus seis antecessores jamais ameaçou tirar o país do mundo democrático. Ele foi no sentido oposto. Saiu à rua para incitar o Exército a fechar Congresso e STF. Anunciou e continua anunciando que está disposto a quebrar a escrita. Na contramão de golpistas bem sucedidos, torna públicas suas ameaças.

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Em 37, ao ler no jornal especulações sobre um golpe de estado, Getúlio o antecipou de 15 para 11 de novembro. Sua intenção era fundar uma nova república.

O golpe dos generais em 1964 surpreendeu até mesmo a vítima. João Goulart tinha certeza que o Alto Comando do Exército o apoiava. Tudo foi urdido em segredo.

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Bolsonaro tenta reeditar 64, mas liderando o golpe. Ou seja, ele que foi praticamente expulso do Exército no posto de capitão, seria o chefe dos generais. Uma proposta sem pé nem cabeça.

A direita percebeu que o inimigo de Bolsonaro não era só a esquerda, como explicitava, mas todos os políticos. Sejam de que tendência forem. Os direitistas perceberam que são bem-vindos para o apoiar, não para disputar o poder com ele. Falar em concorrer com ele é uma ofensa, Por isso não querem mais saber dele.

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É paradoxal que ele, ao mesmo tempo em que demonstra querer ficar no poder pelos próximos 1000 anos, tal como o III Reich, faz e diz coisas que tendem a abreviar seus dias no poder.

Está sendo investigado pela PGR, por pressão da ministra Rosa Weber, do STF, em razão da notícia-crime apresentada pelos senadores Randolfe Rodrigues, Fábio Contarato e Jorge Kajuru por indícios de prevaricação no caso Covaxin; a investigação do STF, comandada pelo ministro Alexandre de Moraes, a respeito de bolsonaristas envolvidos em manifestações antidemocráticas também o atinge, pois comandou todas as manifestações; a CPI da Covid, embora não o investigue diretamente, apresenta indícios de que sua política da cloroquina matou milhares de brasileiros, mas também apresentou o escândalo Covaxin; o TSE obriga a apresentar provas de fraude em 2018.

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A “pulsão de morte” que ele tem, detectada pelo relator da CPI, Renan Calheiros, volta-se contra ele.

Bolsonaro está cavando a própria sepultura.

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