Bolsonaro envergonha até seus eleitores
"Parte do eleitorado de Bolsonaro tem vergonha de admitir que irá votar nele. Daí a diferença entre pesquisas e o resultado das urnas", diz Alex Solnik
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Uma das explicações dos especialistas para a diferença entre as intenções de voto que as pesquisas apontavam para Bolsonaro e os que teve nas urnas no primeiro turno - coisa de cinco pontos percentuais a mais - é o replay do fenômeno que ocorreu em eleições em outros países.
Em 2016, nos Estados Unidos, as pesquisas da véspera davam Hillary Clinton na cabeça, mas o vencedor foi Donald Trump.
A suposta virada foi atribuída não a um conluio dos eleitores para desmoralizar as pesquisas, mas ao “voto envergonhado”. Parte dos eleitores de Trump disse aos pesquisadores que iria votar em Hillary por ter vergonha de assumir o voto em Trump.
Os eleitores sabiam que Trump era um “bad guy”, não achavam legal admitir nas pesquisas que votariam nele e ainda assim votaram nele em 2016. Em 2020 mandaram-no para casa.
Algo semelhante pode estar ocorrendo nas eleições deste ano no Brasil.
Parte do eleitorado de Bolsonaro tem vergonha de admitir aos pesquisadores que irá votar nele. Daí a diferença entre a informação das pesquisas e o resultado das urnas.
Parte do eleitorado de Bolsonaro reconhece nele, portanto, um vilão, uma persona non grata, alguém cujo nome não deve ser pronunciado.
Cabe aos psicólogos explicar esse comportamento. Brasileiros que desejam ser governados por alguém que os envergonha.
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