Bolsonaro é uma aberração à imagem e semelhança da burguesia
"O burguês hipócrita que hoje finge desconhecer a trajetória do Bolsonaro também padece de estranha amnésia de fatos recentes: já não indaga sobre o paradeiro do Queiroz, sobre a cocaína traficada no avião presidencial e nem sobre o miliciano, traficante de armas e assassino da Marielle que, por incrível coincidência, é vizinho de condomínio do Bolsonaro", escreve o colunista Jeferson Miola
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Bolsonaro não caiu do céu; tampouco é obra do acaso ou de algum fenômeno sobrenatural.
Bolsonaro também não é um acidente de percurso. Ao invés de acidental, é o percurso da barbárie que a burguesia conscientemente escolheu para impor este padrão destrutivo e autoritário do atual ciclo de acumulação e reprodução do capital.
Na eleição, a candidatura do Bolsonaro não era a primeira opção da burguesia. Com o fracasso, entretanto, dos candidatos menos escatológicos e menos mau-cheirosos da elite, Bolsonaro acabou sendo ele o ungido.
A Rede Globo não teve o menor pudor ou qualquer dúvida em aclamá-lo. Afinal, acima de tudo era imperativo impedir o PT, o mal maior.
Na encruzilhada dramática entre Haddad e Bolsonaro, que traduzia o confronto entre civilização e barbárie, a burguesia – indiferente e surda aos apelos de vozes sensatas e civilizadas do mundo inteiro – não pestanejou em optar pela escória e trilhar o caminho do precipício.
Bolsonaro sempre foi autêntico. E também sempre foi coerente. Em 3 décadas de prática política corrupta, nunca deixou dúvidas quanto ao seu mau caráter, às suas idéias aterrorizantes e aos seus propósitos grotescos.
Bolsonaro nunca ocultou seu racismo, sua misoginia, xenofobia, perversão; suas raízes no submundo miliciano; o ódio ao outro, a truculência; enfim, sua propensão fascista.
A burguesia hipócrita que agora finge se escandalizar com as atitudes anti-humanas e anti-civilizatórias do Bolsonaro sempre soube quem ele é, o que ele significa e o dano que pode causar.
Bolsonaro sempre se vangloriou de ser um sádico e cruel que idolatra carrascos e que se apraz com a tortura e com a maldade.
É chocante a homenagem a multi-assassinos como Brilhante Ustra, “o terror da Dilma”, assim como a apologia constante ao estupro da mulher que “merece” ser estuprada. Toda essa monstruosidade, entretanto, não comove a burguesia e não perturba em nada a anti-razão e a anti-humanidade da classe dominante.
O burguês hipócrita que hoje finge desconhecer a trajetória do Bolsonaro também padece de estranha amnésia de fatos recentes: já não indaga sobre o paradeiro do Queiroz, sobre a cocaína traficada no avião presidencial e nem sobre o miliciano, traficante de armas e assassino da Marielle que, por incrível coincidência, é vizinho de condomínio do Bolsonaro.
Não há lugar para ilusão e espanto: Bolsonaro é uma aberração, uma deformidade que atenta contra a democracia. Ele representa o Escritório do Crime de Rio das Pedras aboletado no Planalto por meio de uma eleição fraudada pelo impedimento ilegal do Lula, o competidor que Moro, Dallagnol e Globo jamais conseguiriam vencer sem farsas, truques e vilanias.
Bolsonaro é uma aberração à imagem e semelhança da burguesia e do sistema jurídico-político que o viabilizou e que o sustenta no poder, a despeito da ameaça que ele representa à vida e à civilização.
A interrupção desse desatino fascista e a restauração do Estado de Direito no Brasil não acontecerá por benevolência do sistema jurídico-político contaminado e dominado por gangues de procuradores, policiais e juízes e, menos ainda, pela ação de um Congresso controlado por matilhas predadoras que sustentam Bolsonaro e suas políticas ultraliberais que desmancham o país.
A restauração da democracia é indissociável da luta pela libertação e restituição dos direitos civis e políticos do Lula.
Para recuperar a democracia, é preciso conquistar-se maioria social e política capaz de alterar a correlação de forças em favor dos valores nacionais, democráticos, populares e civilizatórios.
O fim da barbárie do Bolsonaro para dar início à reconstrução ética, política, econômica e social do Brasil se combina com a luta para derrotar a burguesia e implodir o sistema apodrecido que impôs esta aberração.
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