Bolsonaro e Michelle separados no Ano Novo
Para Alex Solnik, do Jornalistas pela Democracia, a notícia de que Michele Bolsonaro, não irá passar as festas de fim de ano com a família devido a uma cirurgia "não fica de pé". "Não é para menos. Ela recebeu, em sua conta bancária, cheque de R$ 24 mil desse amigo da vida toda de seu marido, com o que entrou na mira da Justiça", observa. "Nesse contexto dramático não há como alguém não imaginar – sobretudo os que sabem o que é a vida conjugal – que o clima azedou no Palácio da Alvorada", completa Solnik.
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Por Alex Solnik, para o Jornalistas pela Democracia - Bolsonaro embarcou para dez dias de férias na base de Aratu sem a primeira-dama. Explicaram, ambos, que ela ficaria em Brasília para se submeter a uma pequena cirurgia, “uma besteira”. E ele embarcaria com a filha deles, de nove anos. Para não perder o costume, aproveitou para fazer uma piada de mau gosto com a menina, ao se despedir:
“Vou dormir com ela, quem diria né? Quer coisa melhor do que isso”?
Ao perceber o que disse, tentou corrigir:
“Uma filha bacana, dormir no quarto”.
Emendou outra justificativa para não levar a mulher:
“Eu vou para pescar também. Geralmente, ela não gosta de pescar, né”?
Aí fica a dúvida: o problema era a cirurgia ou o fato de não gostar de pescar?
Em briga de marido e mulher não se mete a colher, como dizem os chefs, mas nesse caso trata-se de duas pessoas cujas decisões e comportamento afetam o estado.
Atritos entre o presidente e a primeira-dama não são problemas entre quatro paredes, como ocorre com os cidadãos comuns, mas questões de estado.
Já circulavam rumores, em Brasília, de que Michelle estaria com os nervos à flor da pele devido a seu envolvimento no caso Queiróz. Não é para menos. Ela recebeu, em sua conta bancária, cheque de R$ 24 mil desse amigo da vida toda de seu marido, com o que entrou na mira da Justiça. Nos últimos dias o escândalo voltou às manchetes, depois de ficar em banho maria por decisão do presidente do STF, Dias Toffoli.
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Novos sigilos foram quebrados. Novas revelações acerca das atividades extraparlamentares de Flávio Bolsonaro vieram à tona. Queiróz está a um passo de ser preso. E sua prisão poderá resultar em aborrecimentos para a primeira-dama.
Nesse contexto dramático não há como alguém não imaginar – sobretudo os que sabem o que é a vida conjugal – que o clima azedou no Palácio da Alvorada.
A desculpa apresentada para não passarem o Ano Novo juntos não se sustenta.
Se há mesmo uma cirurgia programada, nenhum marido largaria a mulher no hospital para ir pescar na Bahia. Ficaria ao lado dela. Nenhuma mulher não exigiria que o marido a acompanhasse.
Se a cirurgia é “uma besteira” não demanda dez dias de convalescença; ela poderia ir ao encontro do marido logo depois da alta.
Essa história não fica de pé.
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