Bolsonaro deixa a República com os nervos à flor da pele

"Especialistas no assunto asseguram que, se for aprovada pelo Senado a PEC da execução impositiva das emendas coletivas do Orçamento, votada a toque de caixa pela Câmara, o governo Bolsonaro ficará com os dois braços e as duas pernas engessados", avalia a jornalista Helena Chagas, do Jornalistas pela Democracia; "Não adianta tentar maquiar ou esconder: o Planalto sofreu uma tremenda derrota na terça-feira. E parece que ainda sofrerá muitas"

Bolsonaro deixa a República com os nervos à flor da pele
Bolsonaro deixa a República com os nervos à flor da pele (Foto: Marcos Corrêa/PR)


✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.

Por Helena Chagas, no Divergentes e para o Jornalistas pela Democracia

Especialistas no assunto asseguram que, se for aprovada pelo Senado a PEC da execução impositiva das emendas coletivas do Orçamento, votada a toque de caixa pela Câmara, o governo Bolsonaro ficará com os dois braços e as duas pernas engessados. Terá sorte se conseguir continuar tuitando. A proposta é exatamente o contrário do que foi pregado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, quando defendeu a desvinculação orçamentária.

Não adianta, portanto, tentar maquiar ou esconder: o Planalto sofreu uma tremenda derrota na terça-feira. E parece que ainda sofrerá muitas.

continua após o anúncio

Soou patética a declaração de voto do filho 03 do presidente, Eduardo Bolsonaro, que votou a favor explicando que, em 2015, quando a PEC foi apresentada, ele e seu pai haviam votado a favor. Ora, na ocasião este projeto era uma das pautas-bomba inventadas pelo então presidente da Câmara, Eduardo Cunha, contra a presidente Dilma Rousseff.

(Conheça e apoie o projeto Jornalistas pela Democracia)

continua após o anúncio

Jair e Eduardo Bolsonaro, naquela época, eram oposição. Agora, incrivelmente, continuam se comportando como se ainda o fossem.

Veio a quarta-feira, com a presença dos superministros Paulo Guedes e Sérgio Moro em comissões no Senado. Uma distensão, quem sabe, junto com a notícia dada pelo ministro Ony Lorenzoni de que finalmente o presidente da República aceitou conversar com os presidentes de partidos políticos – que ainda não conseguiram pisar no Planalto desde que assumiu.

continua após o anúncio

Durou muito pouco, porém, a expectativa positiva, que despencou junto com a Bolsa, ao mesmo tempo em que o dólar subia. O próprio Bolsonaro tratou de azedar o clima com mais uma provocação ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia – aquele que colocou a PEC na pauta. Disse, de novo, que Maia estava abalado com a prisão do sogro, Moreira Franco.

Foi o suficiente para que o deputado, de temperamento esquentado, reagir pesadamente, mandando Bolsonaro parar "de brincadeira", sentar na cadeira de presidente e governar. Não há distensão possível nesse clima, e raras vezes se viu a República tão nervosa.

continua após o anúncio

(Conheça e apoie o projeto Jornalistas pela Democracia)

continua após o anúncio

iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

Este artigo não representa a opinião do Brasil 247 e é de responsabilidade do colunista.

Comentários

Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor, e não do 247

continua após o anúncio

Ao vivo na TV 247

Cortes 247